sábado, 29 de novembro de 2008

Façamos a nossa parte

"Porque, daqui a sete dias, farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites... E tudo fez Noé, segundo o Senhor lhe ordenara." (Gn 7.4,5)

Aliviados pela "marola" da crise financeira que ainda não tinha chegado até o Brasil, fomos impactados pelos estragos das chuvas que castigaram o estado de Santa Catarina, atingindo 40 municípios, dois quais, 8 ficaram isolados, 12 em estado de calamidade e 32 em situação de emergência.

Já são mais de uma centena de mortos e quase oitenta mil desabrigados. Milhares de deslizamentos, 11 rodovias interditadas, 64 mil imóveis sem energia elétrica, destruição de parte do gasoduto Brasil-Bolívia e o principal porto completamente inoperante, com previsão de seis meses para recuperação.

O povo de Santa Catarina necessitará da assistência e ajuda financeira de toda a nação brasileira, incluindo governos, empresas e sociedade civil. O custo da reconstrução ainda não está fechado, mas deve superar 10 % do PIB do Estado, de R$ 93,2 bilhões, segundo estimativas do governo catarinense.

O duro é saber que, até certo ponto, essa é uma tragédia anunciada. Embora em bem menor intensidade, as chuvas naquela região são comuns neste período do ano. Segundo os especialistas, o estrago não seria tão grande se houvesse, por parte das autoridades, ações voltadas para a preservação das cabeceiras dos rios, o aumento do escoamento do rio Itajaí-Açu e, principamente, um esforço efetivo visando evitar a ocupação irregular das áreas de risco.

Nessas horas, fico pensando por que nós brasileiros somos tão negligentes. Qual a razão para tanta displicência e desatenção com coisas que fazem uma enorme diferença para nossas próprias vidas. Arrisco a imaginar que talvez tenha sido a excessiva generosidade de Deus em nos oferecer uma terra, como diz o poeta, "abençoada e bonita por natureza."

De qualquer modo, agora é hora de darmos as mãos e ajudarmos nossos irmãos catarinenses, na esperança de que eles possam ter um natal melhor, apagando um pouco as lembranças dessa tragédia. E que todos nós possamos aprender a lição de que a bênção divina não dispensa a responsabilidade de fazermos a nossa parte.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vendo a crise de um jeito diferente

""Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer ?" (Lc 3.10)

Em tempos de crise, o que não falta são profetas. Gente de todo tipo querendo adivinhar como e quando irá terminar toda essa confusão iniciada pelos engravatados de Wall Street.

O duro é que esses videntes de plantão se multiplicam por nossa própria culpa. O ser humano tem necessidade de ter certeza e segurança em tudo que realiza. Temos sérias dificuldades com a dúvida. Não sabemos lidar com aquilo que é incerto.

Por isso,
quanto maior a extensão da crise, mais aumenta nossa angústia. Como estará o dólar daqui a seis meses ? Em que proporção a crise afetará o Brasil ? O que acontecerá com meu emprego no próximo ano ? São perguntas que continuarão sem respostas, só Deus sabe até quando.

Neste momento, talvez nosso maior desafio seja aprender a olhar para a crise de uma maneira completamente diferente. Chega de ficarmos procurando conhecer o que virá pela frente. A crise que aí está é um traço de nossa era marcada pela incerteza. Seguir em frente mesmo com a ausência de clareza da crise atual, quem sabe, seja o melhor que temos a fazer. E, nesse caminho, poderemos descobrir novos sinais de um viver mais solidário, socialmente justo e, acima de tudo, simples.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Minha última homenagem é não ficar triste

Apocalipse 21:4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.

Quando a fé cristã passou a fazer sentido para mim, senti uma vontade enorme de viver essa experiência em comunidade. Lembrei-me que em frente à minha casa havia uma igreja. Foi ali, na Igreja Presbiteriana da Aldeota, que comecei a dar os primeiros passos de uma caminhada que ainda hoje é parte essencial da minha vida.

Jamais vou me esquecer do líder daquela comunidade, pastor Helnir de Melo Cortez. Graças à sua maneira sábia e sempre acolhedora de conduzir as questões humanas, eu e minha família fizemos parte daquela igreja por vários anos, recebendo o cuidado de Deus num momento tão importante de nossa vida espiritual.

Não foi fácil receber a inesperada notícia de sua morte repentina. Ainda mais, acompanhada do lamentável detalhe de ter sido em consequência de um assalto na porta da sua residência. É difícil encontrar uma explicação para um gesto insano de se atirar numa pessoa indefesa e de uma conduta sempre tão gentil e alegre.

Mas a realidade é que Helnir Cortez já não está mais conosco. Porém, a última homenagem que lhe presto é não ficar triste. Pela simples razão de que foi com alegria que ele sempre viveu. E para que muitos possam um dia desfrutar dessa alegria, foi que ele dedicou toda uma vida. Por isso, que vá embora a tristeza.


sábado, 8 de novembro de 2008

Conselhos para Hussein

"Hussein,

Parabéns pela sua vitória. Confesso que também me emocionei bastante quando vi o Jesse em prantos no meio da multidão, em Chicago. Ele presenciou a morte do King e sabe o quanto significa todo esse momento. Pessoalmente, sinto-me também gratificado por ter dedicado minha vida aos valores e ideais que serviram como fonte de inspiração para realização desse sonho.

Quando acabarem as comemorações, você terá que arregaçar as mangas e começar a trabalhar duro. É preciso fazer valer a confiança de milhões de pessoas do seu país e do mundo todo que torceram muito pela sua eleição.Tenho acompanhado de perto toda essa crise que está acontencendo. É duro ver tanta gente desempregada, tendo que devolver suas casas e sem acesso a um plano de s
aúde.

Apesar de muita coisa ter mudado nesses dois milênios, situação
s
emelhante tive que enfrentar na minha missão terrena. Eu estava bem no início e muito voltado para o treinamento da minha equipe. Mas, de repente, fui surpreendido por uma multidão de mais de 5.000 pessoas famintas e atrás de cura. Muitas coisas aprendi com aquela experiência e, quem sabe, poderão ser úteis também para você:
1. Seja fiel às suas promessas de campanha; nunca esqueça de que todos seus eleitores esperam, antes de tudo, que você cumpra o que prometeu;

2. Selecione muito bem sua equipe; trabalhe ao lado de pessoas criativas e que acreditem nos mesmos sonhos que você se propôs a realizar;
3. Logo na posse, seja muito claro e honesto com seus compatriotas, rejeitando fórmulas fáceis e soluções simplistas; diga a todos que os problemas são grandes e complexos e exigirão tempo, quem sabem indo além do seu mandato;
4. Ao começar o esforço de resolver os problemas, agradeça toda a abundância de recursos que seu País já possui e priorize a igualdade na distribuição dessa riqueza, sem desperdício;
5. Jamais esqueça que todas as soluções sempre partirão da sociedade, incluindo as pessoas, instituições, organizações civis e governamentais, além das próprias empresas;
6. E, quando os resultados positivos aparecerem, sempre peça ao nosso Pai que lhe ajude a resistir à tentação da soberba que vem acompanhada do pensamento enganoso de que o mérito é só seu.

Um abraço do eterno amigo JC."

Discurso da vitória de Barack Obama, 47, eleito o primeiro presidente negro e o 44º da história dos Estados Unidos

"Oi, Chicago.

Se alguém ainda duvida que a América é um lugar onde tudo é possível, ainda pergunta se o sonho dos pioneiros ainda estão vivos em nossos tempos, ainda questiona o poder da nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta das filas que cercaram escolas e igrejas em números que essa nação nunca havia visto. Das pessoas que esperaram três horas e quatro horas, muitas pela primeira vez em suas vidas, porque acreditavam que desta vez precisava ser diferente, que as suas vozes podiam fazer diferença.


Obama, as filhas e a mulher, Michelle, durante festa da vitória
Obama, as filhas e a mulher, Michelle, durante festa da vitória

É a resposta de jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, gays, heterossexuais, deficientes e não-deficientes. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo de que nós nunca fomos somente uma coleção de indivíduos ou uma coleção de Estados vermelhos e azuis.

Nos somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que recebeu aqueles que ouviram --por tanto tempo e de tantos-- para serem cínicos, medrosos e hesitantes sobre o que poderiam realizar para que coloquem a mão no arco da história e torçam-no uma vez mais, na esperança de dias melhores.

Faz muito tempo, porém, nesta noite, por causa do que fizemos nesse dia de eleição, nesse momento decisivo, a mudança chegou à América.

Um pouco mais cedo nesta noite, recebi um telefonema extraordinariamente gracioso do senador McCain. Ele lutou muito e por muito tempo nesta campanha. Ele lutou ainda mais e por ainda mais tempo por esse país que ele ama. Ele enfrentou sacrifícios pela América que a maioria de nós nem pode começar a imaginar. Nós estamos melhores graças ao serviços desse líder bravo e altruísta.

Eu o parabenizo e parabenizo a governadora Palin por tudo que eles conquistaram. Eu estou ansioso por trabalhar com eles e renovar a promessa dessa nação nos próximos meses.

Eu quero agradecer meu parceiro nessa jornada, um homem que fez campanha com o coração e que falou para os homens e mulheres com os quais cresceu, nas ruas de Scranton, e com os quais andou de trem a caminho de Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E eu não estaria aqui nesta noite sem a compreensão e o incansável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a rocha da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama dessa nação, Michelle Obama. Sasha e Malia [filhas de Obama] eu as amo mais do que vocês podem imaginar. E vocês mereceram o cachorrinho que irá morar conosco na nova Casa Branca.

E, embora ela não esteja mais entre nós, eu sei que minha avó está assistindo, ao lado da família que construiu quem eu sou. Eu sinto falta deles nesta noite. Eu sei que minha dívida com eles está além de qualquer medida.

Para minha irmã Maya, minha irmã Alma, todos os meus irmãos e irmãs, muito obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a eles.

E agradeço ao meu coordenador de campanha, David Plouffe, o herói anônimo da campanha, que construiu o que há de melhor --a melhor campanha política, penso, da história dos EUA.

Ao meu estrategista-chefe David Axelrod, que tem sido um companheiro em todos os passos do caminho. À melhor equipe de campanha reunida na história da política --você fizeram isso acontecer, e eu serei sempre grato pelo que vocês sacrificaram para conseguir.

Mas, acima de tudo, eu nunca esquecerei a quem essa vitória realmente pertence. Isso pertence a vocês. Isso pertence a vocês.

Eu nunca fui o candidato favorito na disputa por esse cargo. Nós não começamos com muito dinheiro ou muitos endossos. Nossa campanha não nasceu nos corredores de Washington. Nasceu nos jardins de Des Moines, nas salas de Concord e nos portões de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que cavaram as pequenas poupanças que tinham para dar US$ 5, US$ 10 e US$ 20 para essa causa.

Ela [a campanha] cresceu com a força dos jovens que rejeitaram o mito de apatia da sua geração e deixaram suas casas e suas famílias por empregos que ofereciam baixo salário e menos sono.

Ela tirou suas forças de pessoas não tão jovens assim que bravamente enfrentaram frio e calor para bater às portas de estranhos e dos milhões de americanos que se voluntariaram e se organizaram e provaram que, mais de dois séculos mais tarde, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Essa é a nossa vitória.

E eu sei que vocês não fizeram isso só para ganhar uma eleição. E eu sei que vocês não fizeram tudo isso por mim.

Vocês fizeram isso porque entendem a grandiosidade da tarefa que temos pela frente. Podemos comemorar nesta noite, mas entendemos que os desafios que virão amanhã serão os maiores de nossos tempos --duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século.

Enquanto estamos aqui nesta noite, nós sabemos que há corajosos americanos acordando nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscar suas vidas por nós. Há mães e pais que ficam acordados depois de os filhos terem dormido se perguntando como irão pagar suas hipotecas ou o médico ou poupar o suficiente para pagar a universidade de seus filhos. Há novas energias para explorar, novos empregos para criar, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.

O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas, América, nunca estive mais esperançoso do que chegaremos lá. Eu prometo a vocês que nós, como pessoas, chegaremos lá.

Haverá atrasos e falsos inícios. Muitos não irão concordar com todas as decisões ou políticas que eu vou adotar como presidente. E nós sabemos que o governo não pode resolver todos os problemas. Mas eu sempre serei honesto com vocês sobre os desafios que enfrentar. Eu vou ouvir vocês, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, eu vou pedir que vocês participem do trabalho de refazer esta nação, do jeito que tem sido feito na América há 221 anos --bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada por mão calejada.

O que começamos 21 meses atrás no inverno não pode terminar nesta noite de outono. Esta vitória, isolada, não é a mudança que buscamos. Ela é a única chance para fazermos essa diferença. E isso não vai acontecer se voltarmos ao modo como as coisas eram. Isso não pode ocorrer com vocês, sem um novo espírito de serviço, um novo espírito de sacrifício.

Então exijamos um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, com o qual cada um de nós irá levantar e trabalhar ainda mais e cuidar não apenas de nós mesmos mas também uns dos outros. Lembremos que, se essa crise financeira nos ensinou uma coisa, foi que não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre.

Nesse país, nós ascendemos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de voltar ao bipartidarismo, à mesquinhez e à imaturidade que envenenou nossa política por tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste Estado que primeiro carregou a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre valores de autoconfiança, liberdade individual e unidade nacional.

Esses são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata obteve uma grande vitória nesta noite, isso ocorre com uma medida de humildade e de determinação para curar as fissuras que têm impedido nosso progresso.

Como [o ex-presidente Abraham] Lincoln [1861-1865] afirmou para uma nação muito mais dividida que a nossa, nós não somos inimigos, e sim amigos. A paixão pode ter se acirrado, mas não pode quebrar nossos laços de afeição. E àqueles americanos cujo apoio eu ainda terei que merecer, eu talvez não tenha ganho seu voto hoje, mas eu ouço suas vozes. E eu preciso de sua ajuda. Eu serei seu presidente também.

E a todos aqueles que nos assistem nesta noite, além das nossas fronteiras, de Parlamentos e palácios, àqueles que se reúnem ao redor de rádios, nas esquinas esquecidas do mundo, as nossas histórias são únicas, mas o nosso destino é partilhado, e uma nova aurora na liderança americana irá surgir.

Àqueles que destruiriam o nosso mundo: nós os derrotaremos. Àqueles que buscam paz e segurança: nós os apoiamos. E a todos que questionaram se o farol da América ainda ilumina tanto quanto antes: nesta noite nós provamos uma vez mais que a verdadeira força da nossa nação vem não da bravura das nossas armas ou o tamanho da nossa riqueza mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inabalável esperança.

Esse é o verdadeiro talento da América: a América pode mudar. Nossa união pode ser melhorada. O que já alcançamos nos dá esperança em relação ao que podemos e ao que devemos alcançar amanhã.

Essa eleição teve muitos "primeiros" e muitas histórias que serão contadas por gerações. Mas há uma que está em minha mente nesta noite, sobre uma mulher que votou em Atlanta. Ela seria como muitos dos outros milhões que ficaram em fila para ter a voz ouvida nessa eleição não fosse por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Ela nasceu apenas uma geração após a escravidão; uma época na qual não havia carros nas vias nem aviões nos céus; quando uma pessoa como ela não podia votar por dois motivos --porque era mulher ou por causa da cor da sua pele. Nesta noite penso em tudo que ela viu neste seu século na América --as dores e as esperanças, o esforço e o progresso, a época em que diziam que não podíamos, e as pessoas que continuaram com o credo: Sim, nós podemos.

Em um tempo no qual vozes de mulheres eram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela viveu para vê-las se levantar e ir às urnas. Sim, nós podemos.

Quando havia desespero no Dust Bowl [região dos EUA que ficou conhecida por ter enfrentado um período de grave seca na década de 30] e depressão em toda parte, ela viu uma nação conquistar seu New Deal, novos empregos, um novo senso de comunidade. Sim, nós podemos.

Quando bombas caíam em nossos portos e a tirania ameaçava o mundo, ela estava lá para testemunhar uma geração chegar à grandeza, e a democracia foi salva. Sim, nós podemos.

Ela estava lá para ver os ônibus em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, a ponte em Selma e um pregador de Atlanta que disse "Nós Devemos Superar". Sim, nós podemos.

Um homem chegou à Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo foi conectado por nossa ciência e imaginação. Neste ano, nesta eleição, ela tocou o dedo em uma tela e registrou o seu voto porque, após 106 anos na América, através dos melhores e dos mais escuros dos tempos, ela sabe que a América pode mudar. Sim, nós podemos.

América, nós chegamos tão longe. Nós vimos tanto. Mas há tantas coisas mais para serem feitas. Então, nesta noite, devemos nos perguntar: se nossas crianças viverem até o próximo século, se minhas filhas tiverem sorte suficiente para viver tanto quanto Ann Nixon Cooper, quais mudanças elas irão ver? Quanto progresso teremos feito?

É nossa chance de responder a esse chamado. É o nosso momento.

Esse é nosso momento de devolver as pessoas ao trabalho e abrir portas de oportunidade para nossas crianças; de restaurar a prosperidade e promover a paz; de retomar o sonho americano e reafirmar a verdade fundamental de que, entre tantos, nós somos um; que, enquanto respirarmos, nós temos esperança. E onde estamos vai de encontro ao cinismo, às dúvidas e àqueles que dizem que não podemos. Nós responderemos com o brado atemporal que resume o espírito de um povo: Sim, nós podemos.

Obrigado. Deus os abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América.

sábado, 1 de novembro de 2008

É tempo de aprendermos a prestar contas

"O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia." (Pv 28.13)

A crise financeira faz mais uma vítima nos EUA. O banco regional Freedom Bank foi a 17ª companhia bancária americana a quebrar no país neste ano. Consequência da falta de crédito que tem levado uma série de instituições financeiras, bancos de varejo e seguradoras a registrarem perdas bilionárias, acarretando concordatas, vendas ou nacionalização.

O curioso é que o epicentro de toda essa crise envolve instituições financeiras que fazem parte do chamado "shadow banking system", algo como sistema bancário na sombra ou paralelo. Diferentemente dos bancos, eram empresas negligentemente reguladas e supervisionadas e altamente vulneráveis a eventuais desequilíbrios no mercado financeiro.

Tal fato fez com que o "maestro" e "oráculo do mercado" Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, entre 1987 e 2006, admitisse publicamente ter "errado parcialmente" ao acreditar que a desregulamentação do sistema financeiro seria benéfica, imaginando que nenhum banco emprestaria dinheiro de forma irresponsável.

Não são somente as instituições financeiras que necessitam de boas e efetivas práticas de governança corporativa. As pessoas também precisam avaliar seu progresso. Por isso, contemos com aqueles amigos de verdade para desenvolvermos o hábito saudável de prestar contas. Estando certos de que Aquele lá de cima nos ajudará em seguir em frente, nos ensinando a acertar mais, sem ter que errar tanto.