quarta-feira, 31 de março de 2010

O desafio de crer no Jesus Ressuscitado

Tenho o privlégio e a alegria de ainda ter mãe e poder estar com ela semanalmente. Um dia desses, fui entrando na casa dela e fiz um comentário sobre um Cristo crucificado que existia na parede: "Mãe, Cristo não está mais pregado na cruz. Ele está vivo". De vez em quando, principalmente na época da Páscoa, ela me lembra o quanto essa frase foi importante para a formação espiritual dela.

De fato, o próprio apóstolo Paulo, responsável pela divulgação mais ampla do Evangelho em seus primeiros anos, além de autor de treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento, nos advertiu de maneira veemente que a crença no Jesus Ressuscitado é o âmago da fé cristã: "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé (1 Co 15.14).

Paradoxalmente, crer no Jesus Ressuscitado não é tarefa fácil para uma fé cristã sincera. Talvez seja por isso que o Evangelho de Marcos, para muitos considerado o texto fundamenal para a espritualidade cristã, termine com a reação de perplexidade das primeiras mulheres que testemunharam o túmulo aberto e vazio: "Então, elas saíram e fugiram do túmulo, apavoradas e tremendo. E não contaram nada a ninguém porque estavam com muito medo" (Mc 16.8).

sábado, 13 de março de 2010

Vivendo como eterno aprendiz

"Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo." (2 Co 5.10)

Ingressei no mercado de trabalho como estagiário. Ainda adolescente, conheci o que era ocupação em três turnos. Pela manhã, disciplinas profissionalizantes. Trabalho prático no período da tarde. E, à noite, dava continuidade à minha formação escolar. Quando o desânimo chegava eu me lembrava: isso vai passar e logo estarei numa situação bem melhor.


Ao final do estágio, aconteceu algo inesperado. Decidiram que seríamos transferidos, ficando longe das nossas famílias. A lista de localidades era diversificada. Algumas tinham até universidade. Outras não dispunham sequer de hotel. E, além de tudo, mais um detalhe: o critério de escolha do novo local de trabalho seria o desempenho durante a fase de aprendiz. Felizmente, eu tinha me dedicado bastante e pude escolher uma excelente cidade.

Passados mais de trinta anos, constato que, diante da vida, continuo precisando dessa atitude de eterno aprendiz. Tendo a consciência de que nossa existência terrena é transitória. Mas enquanto aqui estivermos, procurarmos oferecer nosso melhor. Diante das dificuldades, mantendo a clareza e o ânimo com a chama da esperança. Não pertimitindo que as coisas passageiras nos tirem o foco das eternas. E na certeza de que um dia todos prestaremos contas.

Publicado no jornal O Povo