terça-feira, 30 de junho de 2009

A arte de fazer o bem

"Então Pedro disse: —Não tenho nenhum dinheiro, mas o que tenho eu lhe dou: pelo poder do nome de Jesus Cristo, de Nazaré, levante-se e ande." (At 3.6)

Um dia desses, quando eu e minha esposa estávamos estacionando o carro, uma jovem se ofereceu para ficar olhando o veículo. Reparamos que ela segurava uma garrafa pet de dois litros. Embora não tivéssemos certeza, os olhos bastante avermelhados daquela moça denunciavam o tipo de líquido que ali ainda restava.

Ao retornarmos, a jovem se aproximou numa atitude que nos instava a oferecer-lhe algum pagamento pelo que acabara de fazer. Preocupada em fazer algo que só piorasse o estado daquela moça, minha esposa abriu a bolsa e, no lugar de dinheiro, entregou-lhe um barra de cereais. Fomos retribuídos com um olhar de profundo desagrado.


O site TMZ.com, que foi o primeiro a anunciar a morte de Michael Jackson, disse que Conrad Murray, médico particular do cantor, injetou Demerol no astro pouco antes de sua morte. De acordo com o advogado profissional Edward Chernoff, essas informações são "totalmente falsas". "Não houve Demerol, nem OxyContin", afirmou o advogado ao jornal Los Angeles Times.


Ajudar alguém é uma arte. Nem sempre as pessoas desejam aquilo que verdadeiramente é o melhor para si. Nos casos de adictos, isso fica mais evidente. Na maioria das vezes, entretanto, essa percepção exige uma sutileza. Por isso, não basta nossa disposição de ajudar. É preciso enxergar além das necessidades aparentes. E coragem para, se preciso, fazer o bem mesmo correndo o risco de desagradar.

Publicado no jornal O Povo

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O mistério revelado pelo AF447

"Mas há um Deus no céu, que explica mistérios." (Daniel 2.28)

O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas da França, capitão Christophe Prazuck, afirmou, em Paris, que as chances de que as caixas-pretas do avião AF 447 sejam localizadas no Oceano Atlântico "são muito pequenas". A aeronave Airbus A330-200, da Air France, desapareceu no Oceano Atlântico, na madrugada da primeira segunda-feira de junho, com 216 passageiros e 12 tripulantes a bordo durante o trajeto Rio de Janeiro-Paris.

Sem a caixa-preta, continuarão apenas as especulações em torno das prováveis causas dessa tragédia. Na falta de algo concreto, há quatros linhas de investigação. A possibilidade de que o avião tenha sido atingido por uma tempestade ou chuva de granizo. Uma eventual falha no sistema de controle de voo automático da aeronave, conhecido como
fly-by-wire. Um provável erro do piloto ao entrar num trecho de tempestade, do qual seria incapaz de sair. Ou, ainda, falha no serviço de comunicação, deixando o piloto mal informado sobre as condições do tempo.

Entre um número sufocante de interrogações produzidas a partir desse que foi o pior desastre da Air France - e o 21° maior da história da aviação - e a desanimadora quantidade de boas informações, talvez a posição mais sensata seja a do responsável pelas investigações de acidentes aéreos na França, Paul-Louis Arslanian, que disse: "Vai demorar tempo, talvez muito tempo, para que saibamos o que efetivamente aconteceu".

É curiosa a ambivalência do mistério perante o ser humano. O mistério traz uma saudável e necessária motivação para a busca do conhecimento que nos faz avançar. Encontrar o que determinou o acidente do AF447 ajudará a evitar novas tragédias aéreas desse tipo. Mas o mistério também nos convida a uma atitude de humildade. É possível que tenhamos que conviver por muito tempo com a falta de explicação para esse acontecimento dramático que resultou na morte de 228 pessoas e evocou a precariedade da vida humana.