quinta-feira, 11 de junho de 2009

O mistério revelado pelo AF447

"Mas há um Deus no céu, que explica mistérios." (Daniel 2.28)

O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas da França, capitão Christophe Prazuck, afirmou, em Paris, que as chances de que as caixas-pretas do avião AF 447 sejam localizadas no Oceano Atlântico "são muito pequenas". A aeronave Airbus A330-200, da Air France, desapareceu no Oceano Atlântico, na madrugada da primeira segunda-feira de junho, com 216 passageiros e 12 tripulantes a bordo durante o trajeto Rio de Janeiro-Paris.

Sem a caixa-preta, continuarão apenas as especulações em torno das prováveis causas dessa tragédia. Na falta de algo concreto, há quatros linhas de investigação. A possibilidade de que o avião tenha sido atingido por uma tempestade ou chuva de granizo. Uma eventual falha no sistema de controle de voo automático da aeronave, conhecido como
fly-by-wire. Um provável erro do piloto ao entrar num trecho de tempestade, do qual seria incapaz de sair. Ou, ainda, falha no serviço de comunicação, deixando o piloto mal informado sobre as condições do tempo.

Entre um número sufocante de interrogações produzidas a partir desse que foi o pior desastre da Air France - e o 21° maior da história da aviação - e a desanimadora quantidade de boas informações, talvez a posição mais sensata seja a do responsável pelas investigações de acidentes aéreos na França, Paul-Louis Arslanian, que disse: "Vai demorar tempo, talvez muito tempo, para que saibamos o que efetivamente aconteceu".

É curiosa a ambivalência do mistério perante o ser humano. O mistério traz uma saudável e necessária motivação para a busca do conhecimento que nos faz avançar. Encontrar o que determinou o acidente do AF447 ajudará a evitar novas tragédias aéreas desse tipo. Mas o mistério também nos convida a uma atitude de humildade. É possível que tenhamos que conviver por muito tempo com a falta de explicação para esse acontecimento dramático que resultou na morte de 228 pessoas e evocou a precariedade da vida humana.

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