"E Moisés lhes disse: —Amanhã é dia de descanso, o sábado santo, separado para Deus, o SENHOR. Por isso o SENHOR deu a seguinte ordem: “Os que quiserem assar esse alimento no forno, que assem; e os que quiserem cozinhar, que cozinhem. E guardem para o dia seguinte o que sobrar.” (Ex 16.23)
O sobrenome incomum que carrego vem de meu avô paterno. Muito jovem, imigrou de Portugal no início do século passado, primeiro para o norte e, em seguida, para o nordeste brasileiro. Através de um elevado senso de disciplina, disposição para o trabalho e capacidade empreendedora, conquistou posição privilegiada no ramo de panificação.
Ao priorizar sua vida profissional, vovô Canito entregou a educação da família inteiramente à esposa, dona Leonor. E o que é o mais grave, usou de excessiva generosidade e frouxidão nos limites com cada um dos seus 18 filhos. Quem sabe, de maneira insconsciente, era a forma que encontrava de aplacar seu sentimento de culpa pela ausência no papel de pai.
Diante da idade já avançada, vovô Canito decidiu repartir com os filhos o legado que construíra. Infelizmente, o que se viu foi a rápida dilapidação de um patrimônio edificado com tanto esforço e sacríficio. Penso que vovô morreu sem saber que a prosperidade por ele conquistada foi, em parte, a causa do despreparo e consequente infortúnio da sua descendência.
Por isso, se a crise ainda não chegou, devemos o quanto antes aprender a agradecer aproveitando as oportunidades e recursos que estão disponíveis. Tendo a consciência de a vida é feita de ciclos e que haverá momentos em que a nossa capacidade de resposta diante das dificuldades dependerá dAquele lá de cima e certamente do que fizemos em tempos de prosperidade.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Prestar contas é preciso
"Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que eles fazem." (João 3:20)
Em certo sentido, os acontecimentos recentes envolvendo a falência de grandes instituições financeiras norte-americanas, resultando na mais profunda crise econômica mundial desde 1929, guarda muita semelhança com os eventos de fraudes contábeis de empresas americanas, a exemplo da Enron, gigante do setor de energia que pediu concordata em dezembro de 2001.
Pelos mesmos motivos que os executivos das grandes corporações da economia real americana maquiaram balanços na tentativa de "dourar a pílula" de seus desempenhos à frente daquelas companhias, os engravatados do mundo financeiro de Wall Street, na busca de seus exorbitantes bônus, fecharam os olhos para a inevitável derrocada da farra do subprime.
Nos dois casos, a desonestidade nas fraudes contábeis e o cinismo diante dos créditos podres, ficou demonstrado que os efeitos negativos desses acontecimentos recaem, em última análise, para a sociedade. Por um lado, pela redução gigantesca e imprevista redução de postos de trabalho. Por outro, diante de uma conta descomunal a ser paga pelo contribuinte no socorro inevitável a essas instituições.
Por isso, a questão central para os governos neste momento não é discutir se há ou não necessidade de mecanismos de regulação. O desafio que se impõe de forma urgente para os principais líderes do mundo capitalista é como fazer isso de forma que a confiança seja restabelecida o mais rápido possível numa economia global cada vez mais interdependente.
Curiosamente, a maior premência para a adoção de sistemas e procedimentos mais efetivos de regulação recai sobre os países mais desenvolvidos, exatamente aqueles que foram vítimas - e, pela importância que têm, estão arrastando também o resto do mundo - de seus ideais liberalizantes excessivamente arraigados que, agora, se mostraram falíveis, como de resto se constata em tudo que é humano.
Em certo sentido, os acontecimentos recentes envolvendo a falência de grandes instituições financeiras norte-americanas, resultando na mais profunda crise econômica mundial desde 1929, guarda muita semelhança com os eventos de fraudes contábeis de empresas americanas, a exemplo da Enron, gigante do setor de energia que pediu concordata em dezembro de 2001.
Pelos mesmos motivos que os executivos das grandes corporações da economia real americana maquiaram balanços na tentativa de "dourar a pílula" de seus desempenhos à frente daquelas companhias, os engravatados do mundo financeiro de Wall Street, na busca de seus exorbitantes bônus, fecharam os olhos para a inevitável derrocada da farra do subprime.
Nos dois casos, a desonestidade nas fraudes contábeis e o cinismo diante dos créditos podres, ficou demonstrado que os efeitos negativos desses acontecimentos recaem, em última análise, para a sociedade. Por um lado, pela redução gigantesca e imprevista redução de postos de trabalho. Por outro, diante de uma conta descomunal a ser paga pelo contribuinte no socorro inevitável a essas instituições.
Por isso, a questão central para os governos neste momento não é discutir se há ou não necessidade de mecanismos de regulação. O desafio que se impõe de forma urgente para os principais líderes do mundo capitalista é como fazer isso de forma que a confiança seja restabelecida o mais rápido possível numa economia global cada vez mais interdependente.
Curiosamente, a maior premência para a adoção de sistemas e procedimentos mais efetivos de regulação recai sobre os países mais desenvolvidos, exatamente aqueles que foram vítimas - e, pela importância que têm, estão arrastando também o resto do mundo - de seus ideais liberalizantes excessivamente arraigados que, agora, se mostraram falíveis, como de resto se constata em tudo que é humano.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
O poder da meta
"Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar."
(1 Co 9.26)
Não sei se você tem alguma meta na sua vida. Fortaleza já tem uma e bastante ousada. Ao lado de outras 16 cidades do País, a capital do sol disputa uma das 12 vagas para sediar os jogos da Copa de Mundo de 2014. Embora o resultado seja divulgado pela FIFA apenas em 20 de março, esse anseio tem unido governos, empresariado e a própria população.
Toda meta inspiradora tem um elevado poder. Pouca coisa possui a imensa capacidade para cativar mentes e corações quanto um objetivo grandioso. Alvos desafiadores mobilizam recursos que de outra forma não existiriam. Um propósito comum substitui a rivalidade pela vitalidade da união. Um objetivo claro gera um senso de que facilita as decisões. Os sonhos se constituem em fonte inesgotável de coragem, criatividade e ânimo diantes das situações adversas.
Devo admitir que nem todos alvos que imaginei na minha vida consegui transformar em realidade. Mas é fato que aquelas conquistas que hoje considero mais relevantes já existiam de algum modo na minha imaginação. Talvez tenha sido assim também com você, ao experimentar a força da meta em trazer à existência o que antes estava apenas na sua mente.
Por isso, pense seriamente em começar a estabelecer metas para sua vida. Se você já as tem, tire um tempo para revê-las. E não esqueça que suas metas devem ser inteligentes (smart, em inglês): específicas (specific), mensuráveis (measurable), alcançáveis (achievable), relevantes (relevant) e dentro de um tempo definido (time-bound).
Publicado no jornal O Povo
(1 Co 9.26)
Não sei se você tem alguma meta na sua vida. Fortaleza já tem uma e bastante ousada. Ao lado de outras 16 cidades do País, a capital do sol disputa uma das 12 vagas para sediar os jogos da Copa de Mundo de 2014. Embora o resultado seja divulgado pela FIFA apenas em 20 de março, esse anseio tem unido governos, empresariado e a própria população.
Toda meta inspiradora tem um elevado poder. Pouca coisa possui a imensa capacidade para cativar mentes e corações quanto um objetivo grandioso. Alvos desafiadores mobilizam recursos que de outra forma não existiriam. Um propósito comum substitui a rivalidade pela vitalidade da união. Um objetivo claro gera um senso de que facilita as decisões. Os sonhos se constituem em fonte inesgotável de coragem, criatividade e ânimo diantes das situações adversas.
Devo admitir que nem todos alvos que imaginei na minha vida consegui transformar em realidade. Mas é fato que aquelas conquistas que hoje considero mais relevantes já existiam de algum modo na minha imaginação. Talvez tenha sido assim também com você, ao experimentar a força da meta em trazer à existência o que antes estava apenas na sua mente.
Por isso, pense seriamente em começar a estabelecer metas para sua vida. Se você já as tem, tire um tempo para revê-las. E não esqueça que suas metas devem ser inteligentes (smart, em inglês): específicas (specific), mensuráveis (measurable), alcançáveis (achievable), relevantes (relevant) e dentro de um tempo definido (time-bound).
Publicado no jornal O Povo
domingo, 1 de fevereiro de 2009
O mistério da morte
"Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos."
(Salmos 116.15)
O vice-presidente José Alencar, 77 anos, continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde se recupera de uma cirurgia que durou cerca de 17 horas para retirada de tumores na região abdominal. Felizmente, até o momento nosso vice-presidente respira sem a ajuda dos aparelhos e está consciente.
Menos sorte teve a modelo capixaba Mariana Bridi, de 20 anos, vítima recente de uma sepse originada a partir de uma infecção urinária que, em menos de um mês, custou-lhe a amputação de mãos e pés e, finalmente, a própria vida. A jovem Mariana, aparentemente, não tinha doenças associadas e deixou os especialistas atônitos diante de um caso tão raro.
A morte é um mistério. Não sabemos quando e em que condições findará nossa passagem terrena. Do ponto de vista humano, não conseguimos explicar por qual motivo algumas pessoas morrem tão cedo e outras vivem tanto. Ficamos perplexos diante da partida, muitas vezes prematura, de entes queridos que nos trazem tanto bem e a permanência de gente que só nos atormenta.
Quando confrontados pela realidade da morte só nos cabe uma certeza: uma dia cada um de nós inevitalmente a encontrará. Jovens. Idosos. Ricos. Pobres. Saúdáveis. Enfermos. Por isso, e até que a morte misteriosamente apareça, só nos resta viver cada momento como se fosse único, como uma resposta de profunda gratidão àquele que é o Autor e Conservador de toda a vida.
(Salmos 116.15)
O vice-presidente José Alencar, 77 anos, continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde se recupera de uma cirurgia que durou cerca de 17 horas para retirada de tumores na região abdominal. Felizmente, até o momento nosso vice-presidente respira sem a ajuda dos aparelhos e está consciente.
Menos sorte teve a modelo capixaba Mariana Bridi, de 20 anos, vítima recente de uma sepse originada a partir de uma infecção urinária que, em menos de um mês, custou-lhe a amputação de mãos e pés e, finalmente, a própria vida. A jovem Mariana, aparentemente, não tinha doenças associadas e deixou os especialistas atônitos diante de um caso tão raro.
A morte é um mistério. Não sabemos quando e em que condições findará nossa passagem terrena. Do ponto de vista humano, não conseguimos explicar por qual motivo algumas pessoas morrem tão cedo e outras vivem tanto. Ficamos perplexos diante da partida, muitas vezes prematura, de entes queridos que nos trazem tanto bem e a permanência de gente que só nos atormenta.
Quando confrontados pela realidade da morte só nos cabe uma certeza: uma dia cada um de nós inevitalmente a encontrará. Jovens. Idosos. Ricos. Pobres. Saúdáveis. Enfermos. Por isso, e até que a morte misteriosamente apareça, só nos resta viver cada momento como se fosse único, como uma resposta de profunda gratidão àquele que é o Autor e Conservador de toda a vida.
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