“Mas o povo não se importou com o aviso de Samuel.
Pelo contrário, eles disseram: —Não adianta.
Nós queremos um rei.”(1 Sm 8.19)
Minha filha caçula já não agüenta mais meus constantes pedidos. Preparar um lanche. Atender o telefone. Servir um copo com água. Tento barganhar os favores dela, explicando a importância de servir (embora, neste caso, eu esteja sendo servido) como um valor para a vida toda. Mas talvez ela tenha razão. Acho que estou passando da conta.
Tenho um colega de trabalho que surpreendeu a todos quando nos disse que tinha entrado para a política. Seguindo a tradição da família, registrou sua candidatura para vereador numa pequena cidade do litoral cearense. Ainda no início da campanha, está chocado com a tamanha quantidade e a forma explícita de pedir dinheiro por parte dos eleitores.
Pedir faz parte do kit básico de sobrevivência humana. Pedimos como resposta ao desafio de atendermos nossas necessidades. Exigimos nossos direitos como um exercício indispensável de cidadania. Mas, o ato de pedir, felizmente, é também uma evidência de que não somos auto-suficientes. Faz-nos enxergar que precisamos do apoio das outras pessoas e que elas precisam também da nossa ajuda.
É por isso que precisamos aprender a pedir bem. Pedir só porque viu que o outro tem, pode não ser uma necessidade, mas inveja. Cuidado também com o que você pede. Nem tudo que reluz é ouro, diz o ditado. Outro segredo importante é levar em consideração os interesses das outras pessoas nos seus pedidos. E o detalhe fundamental: saber acolher os resultados dos seus pedidos, na certeza de que somente Aquele lá de cima conhece o que é verdadeiramente melhor para cada um de nós.
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