Desde pequena minha esposa foi uma excelente aluna. Daquelas que os mais incomodados rotulam de CDF. Contam que numa única vez em que tirou uma nota abaixo de 10 caiu em prantos. Minha sogra ainda hoje, sempre que tem oportunidade, faz questão de mostrar os boletins considerados verdadeiros troféus conquistados pela filha que sempre lhe foi motivo de bastante orgulho.
Agora, como mãe, Adriana está enfrentando a dura realidade de aceitar e continuar amando filhas que ainda não apresentaram um desempenho escolar tão elevado como sempre foi sua marca. Como normalmente passam de ano sem ficar em recuperação, é preciso fazer justiça de que as meninas podem ser consideradas alunas acima da média. Mas, de fato, para elas uma nota abaixo de 10 está longe de representar o fim do mundo.
Conversando sobre o assunto, chegamos à conclusão de que só nos resta perseverar em fazermos a nossa parte, oferecendo todo o apoio necessário e dispensando o cuidado no acompanhamento da vida de cada uma, incluindo a formação escolar. Afinal, mesmo desejando o melhor para nossos filhos, precisamos ter consciência de que o futuro deles permanece em aberto. Amá-los de verdade é liberá-los para que sejam quem de fato eles devem ser e não o que queremos que eles sejam. Nossa única certeza, portanto, é de que, se cumprirmos de maneira honesta e responsável a tarefa de pais, nós mesmos e não eles, nos tornaremos pessoas bem mais tolerantes e pacientes.
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