“Ninguém põe vinho novo em odres velhos;
do contrário, o vinho romperá os odres;
e tanto se perde o vinho como os odres.
Mas põe-se vinho novo em odres novos.”
(Mc 2.22)
No início do século XX, os economistas acreditavam que o desemprego só surgiria se os trabalhadores não estivessem dispostos a aceitar salários mais baixos. Cumprida essa condição, não haveria possibilidade de crises, pois a “mão invisível” se encarregaria de manter a ordem econômica.
A crise de 29, nos EUA, mostrou que a forma clássica de enxergar a realidade econômica precisava ser revista. Mesmo os trabalhadores estando dispostos a aceitar salários menores para preservar seus empregos, mais de um quarto dos postos de trabalho existentes na economia americana sumiram da noite para o dia.
Liderando uma nova corrente de pensamento econômico, John Maynard Keynes publica o instigante Teoria geral do juro, do emprego e da moeda, mostrando uma maneira diferente de entender o que estava acontecendo: o nível de emprego não depende dos salários, mas de como os empresários percebem o contexto econômico e, por isso, nas depressões o governo deve intervir na economia estimulando o consumo e o investimento.
As crises muitas vezes são necessárias. Elas nos alertam para o fato de que o nosso pensamento ou maneira de fazer as coisas já não dão conta dos novos desafios e precisam ser substituídos. Por isso, precisamos vê-las como oportunidades valiosas para aprendermos a ser mais humildes, reconhecendo que a verdade última está com Aquele lá de cima e que aqui embaixo só nos resta continuar buscando nossos alvos com o espírito de eternos aprendizes.
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