"Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes."
(Salmos 126.6)
Quando eu tinha por volta de 13 anos, meu pai decidiu sair de casa deixando minha mãe e três filhos complementamente desamparados. Foi um tempo de muitas dificuldades. Naquelas circunstâncias, meu maior desejo era que aparecesse algum parente ou amigo da família que ajudasse no nosso sustento e financiasse os meus estudos.
Lembro que as coisas de fato só começaram a mudar quando certo dia cheguei para minha mãe e disse a ela que estaria disposto a começar a trabalhar para ajudá-la na criação dos filhos. Pouco tempo depois, passei num concurso para a empresa onde estou há quase 33 anos. Boa parte da minha história pessoal teve origem exatamente naquela decisão de encarar a realidade e assumir minha responsabilidade como arrimo de família.
Barack Obama assume a presidência dos Estados Unidos num clima de muita expectativa, não somente das pessoas do seu País, mas seguramente do restante do mundo. É inegável que as incertezas da atual crise financeira internacional aumentam essa ansiedade. Afinal de contas, vivemos num mundo globalizado, onde os EUA têm uma importância decisiva nas áreas econômica, política e até cultural.
Mas não deixe que a expectativa em torno do governo de Obama lhe paralize, roubando o ânimo de continuar enfrentando seus desafios ou impedindo-o de enxergar com clareza as oportunidades presentes no atual contexto em que se avizinham adversidades. Siga em frente fazendo o seu melhor. E deixe que Aquele lá de cima confirme os resultados, incluindo um promissor governo do primeiro presidente negro da história americana.
Publicado no jornal O Povo
domingo, 25 de janeiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
Aprendendo com o misterioso artefato de Icapuí
"Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Fp 3.14)
Véspera de natal, a rotina de José Evaristo da Silva, pescador da cidade de Icapuí, litoral cearense, foi quebrada por algo inteiramente inusitado. Evaristo viu algo flutuando, muito diferente do que estava acostumado a encontrar no mar. Com a ajuda de mais cinco colegas, ele amarrou o objeto e o rebocou até a costa, deixando em frente à sua casa, onde virou atração da cidade.
A Aeronáutica e Marinha tiveram que contar com o apoio de especialistas militares do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) para identificação daquele estranho artefato: um alvo aéreo não tripulado fabricado na Alemanha e vendido para as Forças Armadas da África do Sul. Utilizado em exercício naval no dia 12 de março de 2008, ficou boiando no Oceano Atlântico durante nove meses, até ser achado por um pescador na costa cearense.
O caso desse artefato me fez lembrar uma conversa recente que tive com um amigo que decidiu sair de casa por problemas no casamento. Quando soube que a esposa dele estava ansisosa pelo retorno do marido, perguntei por que não voltava correndo para a família, ao lado da mulher e dos dois filhos. No que ele respondeu: "Não sei, estou em dúvida.".
Muitos dos nossos problemas decorre do fato de vivermos sem um objetivo na vida. Ficamos parecido com o drone de Icapuí: à deriva no mar da existência, sem rumo e distante dos alvos que estão reservados especialmente para cada um de nós. E o que é pior, desperdiçando tempo, recursos e oportunidades que Aquele lá de cima tem nos presenteado tão generosamente.
Véspera de natal, a rotina de José Evaristo da Silva, pescador da cidade de Icapuí, litoral cearense, foi quebrada por algo inteiramente inusitado. Evaristo viu algo flutuando, muito diferente do que estava acostumado a encontrar no mar. Com a ajuda de mais cinco colegas, ele amarrou o objeto e o rebocou até a costa, deixando em frente à sua casa, onde virou atração da cidade.
A Aeronáutica e Marinha tiveram que contar com o apoio de especialistas militares do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) para identificação daquele estranho artefato: um alvo aéreo não tripulado fabricado na Alemanha e vendido para as Forças Armadas da África do Sul. Utilizado em exercício naval no dia 12 de março de 2008, ficou boiando no Oceano Atlântico durante nove meses, até ser achado por um pescador na costa cearense.
O caso desse artefato me fez lembrar uma conversa recente que tive com um amigo que decidiu sair de casa por problemas no casamento. Quando soube que a esposa dele estava ansisosa pelo retorno do marido, perguntei por que não voltava correndo para a família, ao lado da mulher e dos dois filhos. No que ele respondeu: "Não sei, estou em dúvida.".
Muitos dos nossos problemas decorre do fato de vivermos sem um objetivo na vida. Ficamos parecido com o drone de Icapuí: à deriva no mar da existência, sem rumo e distante dos alvos que estão reservados especialmente para cada um de nós. E o que é pior, desperdiçando tempo, recursos e oportunidades que Aquele lá de cima tem nos presenteado tão generosamente.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Onde está a crise ?
"Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto;"
(Jo 3.11)
Os aeroportos abarrotados de gente. Os shoppings cada vez mais cheios. Os restaurantes com as costumeiras filas. As praias mais lotadas do que nunca. As concessionárias repletas de compradores, com prazo de entrega de veículos em até 60 dias. A pergunta que mais tenho feito nestes dias para a qual não consigo explicação é simples mas intrigante: onde está a tão propalada crise ?
Uma coisa é certa: a crise está na mídia. Ligue a televisão e você irá encontrá-la na dimensão globalizada. Abra os jornais e acompanhe os desdobramentos dela cada vez mais próximos de você. E, com um pouco mais de curiosidade, como tenho feito ultimamente, procure por mais detalhes nas revistas especializadas em economia e encontrará níveis cada vez mais profundos dessa famigerada crise.
Fico pensando se aí não está uma possível resposta para essa aparente contradição. Como notícia ruim é a que vende mais, talvez a imprensa encontre na própria temática da crise uma oportunidade para não ter que passar por ela. E nós, que normalmente enxergamos a realidade pela lente da mídia, ficamos achando que a crise de fato existe.
Por isso, fique com a sábia postura do equilíbrio. Procure manter-se atualizado com as informações veiculadas na mídia sobre o que acontece no mundo, no nosso país e na sua própria cidade. Mas, no seu cotidiano, permaneça atento ao que de fato acontece, buscando enxergar com mais clareza e profundidade a realidade da qual você participa. E, se possível, depois responda: onde está a crise ?
Publicado no jornal O Povo
(Jo 3.11)
Os aeroportos abarrotados de gente. Os shoppings cada vez mais cheios. Os restaurantes com as costumeiras filas. As praias mais lotadas do que nunca. As concessionárias repletas de compradores, com prazo de entrega de veículos em até 60 dias. A pergunta que mais tenho feito nestes dias para a qual não consigo explicação é simples mas intrigante: onde está a tão propalada crise ?
Uma coisa é certa: a crise está na mídia. Ligue a televisão e você irá encontrá-la na dimensão globalizada. Abra os jornais e acompanhe os desdobramentos dela cada vez mais próximos de você. E, com um pouco mais de curiosidade, como tenho feito ultimamente, procure por mais detalhes nas revistas especializadas em economia e encontrará níveis cada vez mais profundos dessa famigerada crise.
Fico pensando se aí não está uma possível resposta para essa aparente contradição. Como notícia ruim é a que vende mais, talvez a imprensa encontre na própria temática da crise uma oportunidade para não ter que passar por ela. E nós, que normalmente enxergamos a realidade pela lente da mídia, ficamos achando que a crise de fato existe.
Por isso, fique com a sábia postura do equilíbrio. Procure manter-se atualizado com as informações veiculadas na mídia sobre o que acontece no mundo, no nosso país e na sua própria cidade. Mas, no seu cotidiano, permaneça atento ao que de fato acontece, buscando enxergar com mais clareza e profundidade a realidade da qual você participa. E, se possível, depois responda: onde está a crise ?
Publicado no jornal O Povo
sábado, 3 de janeiro de 2009
Comece 2009 agradecendo
"Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." (1 Ts 5.18)
Minha intenção era praticar um gesto de bondade para iniciar o ano de uma forma bem positiva. Antônio é um colega de profissão que conheço há bastante tempo. Recentemente passou por uma cirurgia complicada, o que lhe deixou ausente do trabalho por mais de quatro meses. Chego na casa dele e constato que a mãe também está ali com idade avançada e sofrendo de Alzheimer.
Logo que começo a conversar, ainda perplexo com aquela difícil situação, Antônio me conta que outro colega tinha lhe visitado naquela semana e feito comentários piedosos a respeito da condição em que ele e a mãe se encontravam. No que Antônio prontamente respondeu: "Cara eu sou um ser abençoado, iluminado. Aleijado, nordestino e filho de pais pobres, estou aqui para contar a história. Quando tinha doze anos, um médico me disse que eu não passava dos 30. Este ano vou completar 49. Portanto, estou no lucro !"
Estamos começando 2009 num clima de muitas incertezas, insegurança e expectativas. A crise já chegou, embora ainda não saibamos em que extensão seremos atingidos. Os ataques no oriente médio trazem à tona o velho fantasma de um conflito em escala mundial. E continuamos sem saber se o novo governo de Obama será realmente um tempo de novas e positivas mudanças para um mundo cada vez mais globalizado.
Por isso, só nos resta buscar inspiração e alento no exemplo de Antônio. A despeito das circunstâncias desfavoráveis, sua experiência de vida nos ensina muito. Com ele, aprendo que, acima de tudo, o que importa mesmo é a convicção de que "estamos no lucro", pois o fato de estarmos vivos nos concede o privilégio e a satisfação gratificante de poder continuar lutando.
Minha intenção era praticar um gesto de bondade para iniciar o ano de uma forma bem positiva. Antônio é um colega de profissão que conheço há bastante tempo. Recentemente passou por uma cirurgia complicada, o que lhe deixou ausente do trabalho por mais de quatro meses. Chego na casa dele e constato que a mãe também está ali com idade avançada e sofrendo de Alzheimer.
Logo que começo a conversar, ainda perplexo com aquela difícil situação, Antônio me conta que outro colega tinha lhe visitado naquela semana e feito comentários piedosos a respeito da condição em que ele e a mãe se encontravam. No que Antônio prontamente respondeu: "Cara eu sou um ser abençoado, iluminado. Aleijado, nordestino e filho de pais pobres, estou aqui para contar a história. Quando tinha doze anos, um médico me disse que eu não passava dos 30. Este ano vou completar 49. Portanto, estou no lucro !"
Estamos começando 2009 num clima de muitas incertezas, insegurança e expectativas. A crise já chegou, embora ainda não saibamos em que extensão seremos atingidos. Os ataques no oriente médio trazem à tona o velho fantasma de um conflito em escala mundial. E continuamos sem saber se o novo governo de Obama será realmente um tempo de novas e positivas mudanças para um mundo cada vez mais globalizado.
Por isso, só nos resta buscar inspiração e alento no exemplo de Antônio. A despeito das circunstâncias desfavoráveis, sua experiência de vida nos ensina muito. Com ele, aprendo que, acima de tudo, o que importa mesmo é a convicção de que "estamos no lucro", pois o fato de estarmos vivos nos concede o privilégio e a satisfação gratificante de poder continuar lutando.
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