"Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o SENHOR." (Ageu 1.8)
Semanas atrás, tive que ir correndo ao dentista. Pensei que estava tudo solucionado. Dois dias depois, o problema volta a aparecer. Fui recomendado a fazer o que tinha que ser feito: submeter-me a um longo tratamento que passaria por uma clínica de radiografias e dois profissionais altamente especializados. Só depois é que estarei liberado para voltar a saborear um delicioso churrasco.
Época de crise é pródiga na busca de soluções fáceis e rápidas. Mas observe a atual crise econômica mundial. Os países que estão sofrendo menos são exatamente aqueles que fizeram o dever de casa: mercado interno fortalecido, estabilização de preços, sistema financeiro regulado, redução do endividamento interno e externo, exportações diversificadas e o acúmulo de reservas, indispensável para uma visão de longo prazo.
Milagre até existe. Mas é bastante raro e serve apenas a propósitos específicos estabelecidos por Aquele lá de cima. No final, o que conta mesmo é a disposição de instituições e pessoas para fazerem aquilo que é necessário. Tendo coragem e disciplina para se manterem no rumo certo e, no momento oportuno, colherem os resultados positivos que sempre aparecem.
sábado, 28 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Na crise, faça o possível com a urgência devida
"Ela fez tudo o que pôde, pois antes da minha morte veio perfumar o meu corpo para o meu sepultamento."
(Mc 14.8)
Muito cedo, por absoluta necessidade, tive que começar a trabalhar. Meu pai foi embora, deixando minha mãe, e mais três filhos, completamente desamparada. Ingressei no mercado de trabalho através de concurso público. Na época, a coisa estava tão feia que, no dia da prova, não tive condições sequer de tomar café da manhã.
Jamais esquecerei da atitude da minha mãe naquela ocasião. Ela acompanhou-me até o local da prova e vendo a situação crítica do filho, fez o que deveria. Tirou do bolso o único dinheiro que tinha e comprou um delicioso lanche que me permitiu fazer o exame sem o ônus da fome. O resto é história de uma trajetória profissional que já dura mais de 30 anos na mesma empresa que realizou aquele concurso.
Diante da crise atual, talvez o episódio acima nos ofereça algumas lições. Encarar a gravidade da situação é o começo de tudo. Agir com o elevado senso de urgência que o momento requer. Fazer o que for possível, lançando mão dos meios e recursos que contribuam para a solução. Jamais esquecer que qualquer dificuldade se torna mais branda quando enfrentada ao lado de outros. E confiar nAquele lá de cima que sempre reconhece quando damos conta da nossa parte.
(Mc 14.8)
Muito cedo, por absoluta necessidade, tive que começar a trabalhar. Meu pai foi embora, deixando minha mãe, e mais três filhos, completamente desamparada. Ingressei no mercado de trabalho através de concurso público. Na época, a coisa estava tão feia que, no dia da prova, não tive condições sequer de tomar café da manhã.
Jamais esquecerei da atitude da minha mãe naquela ocasião. Ela acompanhou-me até o local da prova e vendo a situação crítica do filho, fez o que deveria. Tirou do bolso o único dinheiro que tinha e comprou um delicioso lanche que me permitiu fazer o exame sem o ônus da fome. O resto é história de uma trajetória profissional que já dura mais de 30 anos na mesma empresa que realizou aquele concurso.
Diante da crise atual, talvez o episódio acima nos ofereça algumas lições. Encarar a gravidade da situação é o começo de tudo. Agir com o elevado senso de urgência que o momento requer. Fazer o que for possível, lançando mão dos meios e recursos que contribuam para a solução. Jamais esquecer que qualquer dificuldade se torna mais branda quando enfrentada ao lado de outros. E confiar nAquele lá de cima que sempre reconhece quando damos conta da nossa parte.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Sempre escolha a vida
"A letra mata, mas o espírito vivifica."
(2 Co 3.6)
Ao anunciar a excomunhão da mãe e dos médicos responsáveis pelo aborto de gêmeos numa menina de 9 anos, vítima de abusos sexuais do padrasto, talvez a intenção de Dom José Cardoso Sobrinho fosse somente seguir ao pé da letra o Código de Direito Canônico, principal documento legislativo da Igreja Católica. Dom Dedé, como é conhecido o arcebispo de Olinda e Recife, apenas não levou em conta que não pode haver comunhão sem vida.
Os membros do Comitê de Política Monetária (COPOM), ao efetuarem o corte de 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, reduzindo de 12,75 % para 11,75 %, também estavam apenas cumprindo o objetivo legalmente estabelecido para assegurar o atingimento das metas para a inflação no Brasil. Ocorre que sem emprego não existirão consumidores e, muito menos, inflação.
É praticamente impossível que um conjunto de leis, regras ou normativos possa dar conta da dinâmica, complexidade e sutilezas existentes nos mais variados campos da atividade humana. O exercício de análise e julgamento, necessário para qualquer decisão de caráter institucional ou pessoal, sempre carregará um importante elemento de subjetividade. Daí a importância de contarmos com princípios e valores que nos permitam enxergar com clareza, e abertura aos outros, aqueles caminhos que, acima de tudo, valorizem a vida.
(2 Co 3.6)
Ao anunciar a excomunhão da mãe e dos médicos responsáveis pelo aborto de gêmeos numa menina de 9 anos, vítima de abusos sexuais do padrasto, talvez a intenção de Dom José Cardoso Sobrinho fosse somente seguir ao pé da letra o Código de Direito Canônico, principal documento legislativo da Igreja Católica. Dom Dedé, como é conhecido o arcebispo de Olinda e Recife, apenas não levou em conta que não pode haver comunhão sem vida.
Os membros do Comitê de Política Monetária (COPOM), ao efetuarem o corte de 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, reduzindo de 12,75 % para 11,75 %, também estavam apenas cumprindo o objetivo legalmente estabelecido para assegurar o atingimento das metas para a inflação no Brasil. Ocorre que sem emprego não existirão consumidores e, muito menos, inflação.
É praticamente impossível que um conjunto de leis, regras ou normativos possa dar conta da dinâmica, complexidade e sutilezas existentes nos mais variados campos da atividade humana. O exercício de análise e julgamento, necessário para qualquer decisão de caráter institucional ou pessoal, sempre carregará um importante elemento de subjetividade. Daí a importância de contarmos com princípios e valores que nos permitam enxergar com clareza, e abertura aos outros, aqueles caminhos que, acima de tudo, valorizem a vida.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Sempre é tempo de recomeçar
Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. (2 Co 4.16)
Ao me aproximar da primeira aposentadoria, sinto que chegou a hora de compartilhar com os mais jovens alguma experiência adquirida ao longo de mais de 30 anos trabalhando numa grande empresa. Entretanto, hoje em dia o acesso à carreira de professor universitário exige formação cada vez mais elevada em nível de pós-graduação. Por isso, desde o ano passado decidi voltar a estudar.
Confesso que o reinício não foi fácil. Estava acostumado a chegar cedo em casa e ter mais tempo para atividades pessoais e com a minha família. Desejando resistir à cota extra de sacrifício, racionalizava que a jornada superior a 8 horas diárias de trabalho já eram mais que suficientes. Felizmente, a motivação para uma nova carreira na área de ensino tem sido bem maior.
Foi contagiante ver a emoção do jogador Ronaldo, nosso "Fenômeno", ao marcar o gol do Corinthians, aos 47 minutos do segundo tempo, no empate de 1 a 1 no clássico contra o Palmeiras. Depois de mais de um ano sem atuar em jogos oficiais, Ronaldo confirmou seu retorno ao futebol marcando um gol histórico de cabeça, curiosamente um dos poucos fundamentos defeituosos do atleta.
Ronaldo já está com 32 anos e não se encontra na sua melhor forma. Por isso, e considerando o elevado nível de preparação física exigida no futebol atual, ninguém sabe como será o desempenho do jogador durante o restante da atual temporada. Uma coisa é certa e podemos aprender com o Fenômeno: sempre é tempo de recomeçar.
Publicado no jornal O Povo
Ao me aproximar da primeira aposentadoria, sinto que chegou a hora de compartilhar com os mais jovens alguma experiência adquirida ao longo de mais de 30 anos trabalhando numa grande empresa. Entretanto, hoje em dia o acesso à carreira de professor universitário exige formação cada vez mais elevada em nível de pós-graduação. Por isso, desde o ano passado decidi voltar a estudar.
Confesso que o reinício não foi fácil. Estava acostumado a chegar cedo em casa e ter mais tempo para atividades pessoais e com a minha família. Desejando resistir à cota extra de sacrifício, racionalizava que a jornada superior a 8 horas diárias de trabalho já eram mais que suficientes. Felizmente, a motivação para uma nova carreira na área de ensino tem sido bem maior.
Foi contagiante ver a emoção do jogador Ronaldo, nosso "Fenômeno", ao marcar o gol do Corinthians, aos 47 minutos do segundo tempo, no empate de 1 a 1 no clássico contra o Palmeiras. Depois de mais de um ano sem atuar em jogos oficiais, Ronaldo confirmou seu retorno ao futebol marcando um gol histórico de cabeça, curiosamente um dos poucos fundamentos defeituosos do atleta.
Ronaldo já está com 32 anos e não se encontra na sua melhor forma. Por isso, e considerando o elevado nível de preparação física exigida no futebol atual, ninguém sabe como será o desempenho do jogador durante o restante da atual temporada. Uma coisa é certa e podemos aprender com o Fenômeno: sempre é tempo de recomeçar.
Publicado no jornal O Povo
domingo, 1 de março de 2009
Quanto vale sua experiência ?
"E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança." (Rm 5.3,4)
Nunca fui um aluno tão brilhante. Entretanto, em época de prova, quase sempre me saía bem. Certo dia, um companheiro de sala de aula, intrigado com aquela situação, indagou-me qual era o segredo de um desempenho tão incomum. Talvez não tenha satisfeito plenamente a curiosidade daquele colega, mas compartihei a explicação que ainda hoje tenho como a mais razoável.
Muito cedo tive que ajudar minha mãe no sustento da casa. A primeira oportunidade de trabalho que surgiu foi através de um concurso público. Lembro-me que o exame foi num dia de domingo. Estávamos vivendo na casa de parentes e, exatamente no sábado que antecedeu a prova, fomos "convidados" a sair dali e procurar um outro lugar para morar. Naquela dura preparação, começava uma caminhada profissional na empresa em que já estou há mais de 32 anos.
Algo parecido aconteceu também na vida do indiano Jamal Malik, personagem principal do filme Quem quer ser um milionário ?, grande vencedor do Oscar de 2009. O jovem conquista um prêmio milionário ao participar de um programa do tipo Show do Milhão. Com exceção de apenas uma questão, Jamal consegue responder todas as perguntas, curiosamente a partir de experiências da sua própria biografia.
Ninguém de sã consciência deseja voluntariamente passar pela experiência da dor e do sofrimento. Mas é preciso reconhecer que a luta e o enfrentamento dos desafios dários fazem parte da nossa própria existência. Por isso, uma atitude sábia e necessária é contar com a ajuda dAquele lá de cima para descobrirmos em cada adversidade o valor inestimável que somente as situações difíceis nos ensinam.
Publicado no jornal O Povo
Nunca fui um aluno tão brilhante. Entretanto, em época de prova, quase sempre me saía bem. Certo dia, um companheiro de sala de aula, intrigado com aquela situação, indagou-me qual era o segredo de um desempenho tão incomum. Talvez não tenha satisfeito plenamente a curiosidade daquele colega, mas compartihei a explicação que ainda hoje tenho como a mais razoável.
Muito cedo tive que ajudar minha mãe no sustento da casa. A primeira oportunidade de trabalho que surgiu foi através de um concurso público. Lembro-me que o exame foi num dia de domingo. Estávamos vivendo na casa de parentes e, exatamente no sábado que antecedeu a prova, fomos "convidados" a sair dali e procurar um outro lugar para morar. Naquela dura preparação, começava uma caminhada profissional na empresa em que já estou há mais de 32 anos.
Algo parecido aconteceu também na vida do indiano Jamal Malik, personagem principal do filme Quem quer ser um milionário ?, grande vencedor do Oscar de 2009. O jovem conquista um prêmio milionário ao participar de um programa do tipo Show do Milhão. Com exceção de apenas uma questão, Jamal consegue responder todas as perguntas, curiosamente a partir de experiências da sua própria biografia.
Ninguém de sã consciência deseja voluntariamente passar pela experiência da dor e do sofrimento. Mas é preciso reconhecer que a luta e o enfrentamento dos desafios dários fazem parte da nossa própria existência. Por isso, uma atitude sábia e necessária é contar com a ajuda dAquele lá de cima para descobrirmos em cada adversidade o valor inestimável que somente as situações difíceis nos ensinam.
Publicado no jornal O Povo
Assinar:
Postagens (Atom)