sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Quem não precisa de esperança ?

“ Noé esperou mais sete dias e soltou a pomba de novo.
Ela voltou à tardinha, trazendo no bico uma folha verde de oliveira.
Assim Noé ficou sabendo que a água havia baixado.” (Gn 8.10, 11)

Eu precisava muito de uma cópia daquele documento. Confesso meu desânimo quando lembrava que o original tinha mais de vinte e oito anos. Mesmo assim fui tentar obter uma segunda via. Quando chego no local, dou de cara com um colega. Reacendeu a esperança. Era o porteiro da Instituição e logo deu-me as orientações necessárias. Em dez minutos eu estava com a cópia do documento em mãos.

É um exemplo simples. Mas lembrou-me a importância da esperança. Sem ela vem o desânimo e o abatimento . Porém, quando chega traz consigo nossos sonhos, recriando o futuro.

Quem não precisa de esperança num mundo inundado pelo ceticismo e dúvida ? Os sinais de um futuro sombrio são claros. Na Noruega, por exemplo, foi inaugurada a “Arca de Noé verde”. Destinada a abrigar até 4,5 milhões de sementes, funcionará como uma rede de segurança alimentar, prevendo possíveis catástrofes naturais, guerras e mudanças climáticas.

De acordo com o texto bíblico transcrito acima, Noé também precisava de esperança. Foram quarenta dias de um dilúvio onde só restaram os sobreviventes preservados na arca por ele construída. De que adiantava abrir a janela que havia feito na arca ? Era só água que via. Nenhum sinal de vida. Um cenário monótono que tornava difícil imaginar uma visão mais bonita.

Como Noé, eu precisava de um ramo de esperança. Talvez seja essa também a sua situação. Não a certeza de solução imediata, mas a perspectiva de que haverá uma saída. Para Noé, a esperança veio no ramo de oliveira trazida pelo pássaro. Mais do que um simples pedaço de árvore, a ave trouxe esperança. E com ela, lições importantes para todos nós:
1. Não coloque nas coisas deste mundo toda a sua esperança;
2. Jamais duvide no dilúvio do que Deus lhe disse em terra seca;

3. Continue perseverando naquilo que é a sua parte;
4. Esteja atento aos ramos de esperança que estão chegando até você;
5. Mas lembre-se também de levar a esperança para a vida de outros.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A “kenosis” de Fidel

"Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus.
Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu
e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos." (Fp 2.6,7)

Na última terça, Fidel, 81, anunciou a renúncia à Presidência de Cuba e a seu cargo de comandante do Partido Comunista após 49 anos na liderança da ilha. Fidel, que encabeçou a Revolução Cubana em 1º de janeiro de 1959, já havia transferido seus poderes ao irmão Raúl Castro, 76, em julho de 2006, quando se afastou do comando da ilha por motivo de doença.

Em artigo publicado no jornal estatal "Granma", o líder cubano afirmou que não retornará à Presidência do país e que seu irmão Raúl será o novo presidente. Justificando a decisão tomada, afirmou: "Trairia minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso".

No texto bíblico transcrito acima, kenosis é a palavra grega utilizada por Paulo com o significado de “abrir mão, esvaziar-se” ou, como preferem alguns, “fazer-se a si mesmo sem nenhuma reputação”. Kenosis foi a atitude voluntária de Jesus, aquele que decidiu abrir mão de sua reputação ou poder divino e assumir com humildade sua natureza humana.

Torço para que a saúde de Fidel dê a ele a oportunidade de desfrutar e compartilhar as recompensas de sua kenosis. É claro que o peso da idade compeliu o “Comandante” a tomar essa decisão. Mesmo assim, acredito que o gesto de Fidel, em abrir mão das prerrogativas formais do poder, trará resultados bastante positivos, confirmando as lições que a experiência da verdadeira kenosis de Jesus nos ensina:

1. Busque menos o TER e mais o SER;
2. Encontre a riqueza que há na simplicidade;
3. Descubra o prazer do serviço voluntário;
4. Seja humilde e esteja certo que Deus o honrará.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Aprendendo com os “fenômenos”

“Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião.Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar;” (Ec 3.1,2)

Esta semana aprendi bastante com os “fenômenos” do nosso esporte nacional.

Foi duro assistir pela TV uma nova contusão do Ronaldo, nosso “fenômeno” do futebol. Praticamente um replay da lesão sofrida em 2000. Agora, com 31 anos, era como se o corpo dele estivesse avisando: “é hora de parar, Ronaldo !”. Pelo visto, parece que o craque ainda vai insistir, mesmo depois de cerca de nove meses necessários à completa recuperação.

Outra forte emoção foi ver Gustavo Kuerten, nosso “fenômeno” do tênis, chorando ao final de uma partida do torneio Brasil Open, realizado na Costa do Sauipe. Ex-número 1 do mundo e tri-campeão em Roland Garros, Guga parece que foi mais sensível aos sinais de suas lesões crônicas no quadril. Disse ele, num emocionado discurso de despedida: "Eu aproveito pra agradecer a vocês, e não é que eu não queira jogar mais. Desculpa, mas não consigo mais."

O texto bíblico transcrito acima nos lembra de uma realidade, para a maioria de nós, difícil de lidar. Não importa se somos “fenômenos” no esporte ou craques em qualquer outra profissão. Fazer escolhas e tomar decisões que considerem, verdadeiramente, que o tempo é “senhor da razão” não é para qualquer um. Por isso, busquemos a sabedoria do alto e aprendamos a:

1. Reconhecer a finitude das coisas;
2. Aproveitar as oportunidades que surgem em cada momento;
3. Buscar o tempo certo para fazer transições entre os ciclos da nossa vida;
4. Jamais desistir de procurar ser feliz e fazer o melhor que puder.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Encontre uma vida gratificante saindo da zona de conforto


"Certo dia o SENHOR Deus disse a Abrão: —Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei.
Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você será uma bênção para os outros.
" (Gn 12.1,2)

Esta semana minha mãe completou, creio eu, uma etapa importante da missão dela aqui conosco. Há catorze anos, ela acolheu uma criança de três meses, abandonada e completamente desnutrida. Pouca gente acreditava que aquele bebê sobreviveria. Ao se despedir de meu irmão, que passará a estudar numa escola profissionalizante, em regime de internato, ela disse: “Meu filho, tudo que foi possível eu fazer para você chegar até aqui, esteja certo que fiz. Agora é a sua parte. Deus te abençoe.”

Tomo o exemplo de minha mãe por ser emblemático do que quero compartilhar. Mesmo depois de abandonada pelo marido e sofrido a perda de três filhos, ela se mantêm como alguém de bem com a vida. Se não explica tudo, em parte credito essa visão positiva que continua cultivando à determinação dela de dedicar-se com afinco à educação dos filhos.

Muitos de nós passamos toda a existência dentro do padrão “tocando a vidinha”. Cuidando somente dos próprios interesses. Voltados para as questões materiais. Lidando apenas com o previsível, sem se permitir novos desafios. Depois de muito tempo, ao constatarmos o tamanho do vazio criado, bate o arrependimento e aí já poderá ser muito tarde.

Felizmente, Abraão, mesmo aos setenta e cinco anos, ouviu de Deus que sua vida, apesar de toda a segurança e bem-estar que desfrutava, precisava de algo mais para fazer sentido. Como retrata o texto bíblico acima, o ainda Abrão foi em busca de uma terra que não conhecia,encarou o enorme desafio, cuja velhice lhe descredenciava, de gerar descendentes e ainda nos ensinou que:

1. O Arquiteto de todas as coisas reservou uma tarefa especialmente para você;
2. Para dar conta de sua missão, você terá que sair da zona de conforto;
3. Nessa jornada, ao abençoar outras pessoas, sua bênção está assegurada;
4. Trata-se de uma caminhada que não se faz sozinho;
5. É preciso entender que, apesar de preciosa, sua vida aqui é apenas uma passagem.

Valorizando as diferenças

"Natanael perguntou:
—E será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré?
—Venha ver! —respondeu Filipe."
(Jo 1.46)

Imperdível. Quem gosta de um bom filme não pode deixar passar a oportunidade de assistir “O Caçador de Pipas”, baseado no best-seller de Kalled Hosseini. E se você se emociona fácil, como eu, leve um lenço. Vai ser difícil resistir.

Para aqueles que já leram o livro, também vale a pena. Minha esposa, que já virou fã do autor afegão radicado nos EUA, disse que o filme é bastante fiel à obra original, com a omissão de algumas cenas que não comprometem a excelente qualidade da história criada por Hosseini.

A exemplo de “O Caçador de Pipas”, a lista de livros mais vendidos atualmente se encontra com vários títulos abordando histórias ligadas à cultura dos povos do oriente. Parece que, a partir do 11 de Setembro, foi despertada a necessidade de se conhecer mais a riqueza das crenças, comportamentos e costumes ali existentes.

Ainda bem. Precisamos exercitar mais essa abertura para o diferente. Nossa tendência é desenvolver uma convicção enganosa de que o mundo no qual vivemos é o certo. Quaisquer outros valores e hábitos estão errados. O preconceito nos rouba a oportunidade de crescermos na convivência com o outro. Que não é errado. Apenas diferente.

O texto bíblico transcrito acima demonstra que o preconceito não é algo novo. Sempre esteve profundamente arraigado no psiquismo humano. Com uma visão inicial preconceituosa de Jesus, Natanael teve que se render:”- Mestre, o senhor é o Filho de Deus ! o senhor é o Rei de Israel !”. Quanta diferença. E ainda nos permitiu aprender lições valiosas:

1. Evite qualquer tipo de pré-julgamento;
2. Dê a oportunidade para que as pessoas mostrem quem elas são;
3. Aposte sempre na nobreza do ser humano;
4. E descubra o valor que há em conviver com as diferenças do outro.

Descobrindo o valor da generosidade

"E Deus pode dar muito mais do que vocês precisam
para que vocês tenham sempre tudo o que necessitam

e ainda mais do que o necessário
para fazerem todo tipo de boas obras." (2 Co 9.8)

- Tome isto. Você foi muito atenciosa conosco nesse período. Em outros lugares, era difícil recebermos até um copo com água. Além disso, você precisa também. Muito obrigado.

Essas foram as palavras do responsável pela execução de uma reforma que fizemos recentemente lá em casa, dirigindo-se à pessoa que tem nos servido nas tarefas domésticas.

Enxerguei naquele gesto de gratidão o elo que complementava uma corrente do bem iniciada há algumas semanas. Eu e minha esposa havíamos tomado o propósito de aproveitar a reforma do nosso apartamento para também abençoar os profissionais que participassem conosco desse projeto.

Nunca duvide do princípio contido no texto bíblico acima. Aliás, antes de questioná-lo se disponha a provar a veracidade dele aplicando na sua própria vida. Há um poder sobrenatural e fluxo de riqueza material que é acionado toda vez que você e eu nos dispomos a agir segundo o princípio de que “é mais feliz quem dá do que quem recebe”.

Foi assim que aconteceu comigo. Como todo mundo, eu pensava que prosperidade pessoal não combinava com generosidade para com os outros. Paguei para ver. E, como resultado, aprendi lições valiosas que poderão, quem sabe, também fazer diferença na sua vida:
1.Cultive uma mentalidade de abundância, sabendo que “quem planta pouco colhe pouco; quem planta muito colhe muito”;
2.Aprenda a receber mais doando mais, não somente o que é material, mas também seu tempo, dons e talentos;
3. Mantenha sempre sua confiança nAquele que pode lhe dar muito mais do que você precisa;
4. E esteja pronto para colher os resultados de uma atitude generosa: na sua vida e na dos outros também.

Vivendo na certeza de que a melhor colheita ainda está por vir


"Não se enganem: ninguém zomba de Deus.
O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá
." (Gl 6.7)

Nesta última semana, em meio a notícias que ameaçam nos roubar o entusiasmo, fui tocado pelo sentimento positivo dos nossos conterrâneos agricultores. As primeiras chuvas do ano, que para nós da cidade foi visto como um problema, reacenderam naqueles irmãos a esperança de um bom inverno em 2008.

Fiquei imaginando como poderia aprender mais com os sertanejos, especialmente essa incrível capacidade que possuem de recuperar o ânimo, praticamente do nada. Olhemos para o alto. Isso mesmo. É somente de lá que pode vir a disposição para enxergarmos de forma alentadora a realidade daqui embaixo, afastando os perigos de sabotagem do nosso futuro.

O texto bíblico acima declara uma lei natural inexorável. A colheita tem uma relação direta com a semente plantada. Independente do conhecimento ou experiência, nenhum agricultor discutiria esse princípio. Contudo, muitas vezes nos enganamos acreditando que é possível ser diferente com o que acontece em nossas vidas.

Por isso, esteja atento à advertência divina: “ninguém zomba de Deus”. Há certos princípios que se observarmos nos pouparão de mais problemas. Além disso, nos oferecem lições valiosas, que nos ajudam a alcançar nossos alvos. Como a que a lei da colheita nos ensina:
1.Seja responsável por sua “plantação”, parando de culpar os outros pelo que lhe acontece;
2.Selecione as “sementes”, sabendo que todas as suas escolhas têm conseqüências;
3. Escolha o “solo” apropriado, priorizando aquele que possam frutificar de forma sustentável;
4. Persevere “cultivando”, investindo naquela que é a sua parte principal, a preparação;
5. E “colha” no tempo certo, crendo que Aquele lá de cima sabe o que é melhor para nós.

Encontrando o melhor caminho para sua vida

"A jumenta viu o Anjo e se deitou no chão.
Balaão ficou com tanta raiva, que surrou a jumenta com a vara.
Aí o SENHOR fez a jumenta falar ..." (Nm 22.27, 28)

Graças a Deus que esta semana a paz voltou a reinar lá em casa. Não foram muitos dias sem o bendito sossego. Mas quando se trata da tranqüilidade num lar, qualquer tempo subtraído parece uma eternidade.

Tudo começou com uma conversa sincera e realista com uma de minhas filhas. Recém ingressa na universidade, tentava eu mostrar-lhe os desafios para se ter acesso ao mercado de trabalho, hoje em dia. Por isso, é necessário o sacrifício de uma maior preparação ainda na faculdade.

Depois disso, o mundo desabou. Fiquei parecendo com a jumenta do profeta Balaão, mencionada no texto bíblico citado acima. Tentou por três vezes avisar ao profeta que havia um anjo parado na estrada, com uma espada na mão. Sem querer aceitar, Balaão açoita impiedosamente a jumenta que tencionava apenas ajudar-lhe.

Lembrei-me dos insistentes conselhos de minha mãe: “filho, se você não quiser ouvir o que seus pais estão dizendo, a vida vai lhe ensinar”. E ensina mesmo. Exemplo disso está na conclusão a que chegou João Guilherme Estrella, protagonista do livro Meu Nome Não É Johnny, que virou um tremendo sucesso de bilheteria:”a principal coisa que o consumo de drogas fez comigo foi me dispersar, desviar-me dos objetivos principais da minha vida.”.

Assim como nas nossas histórias, Deus se fez presente na vida de Balaão. Foi o primeiro e único sermão de uma jumenta para um profeta. Uma mensagem que até hoje pode nos ensinar bastante quando estamos obstinados a seguir por “caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte” (Pv 16.25). Por isso:
1.Sempre que possível, faça uma pausa na loucura do dia-a-dia;
2.Ouça com atenção as “jumentas” que lhe aparecerem (parentes, amigos, seu corpo e a própria realidade da vida);
3. Esteja disposto, se necessário, a mudar de caminho (lembrando que o caminho de Deus ainda é o melhor caminho); e
4. E jamais esqueça: o que você vê e ouve depende muito do lugar onde você se coloca.

Começando 2008 reanimado

"Quando Davi e os seus homens chegaram, viram que a cidade tinha sido queimada e que as suas mulheres, os seus filhos e as suas filhas haviam sido levados embora. Então Davi e os seus homens começaram a chorar e choraram até ficarem sem forças." (1 Sm 30.3, 4)

O ano novo começou. Torço para que você se encha de entusiasmo nesse início de 2008. Nada de desânimo. Nem pessimismo. Esqueça até aquela tentativa de roubar sua alegria que alguém possa ter lhe feito no réveillon. Erga a cabeça. Olhe pra frente. Sua vida é mais importante.

Por isso mesmo quero compartilhar com você algumas lições que aprendi nestes dias com a experiência retratada no texto transcrito acima. O grande rei Davi ainda era apenas um jovem líder guerreiro. Ao retornar à sua cidade, depois de uma batalha, ficou completamente desanimado ao constatar que os inimigos haviam queimado tudo, levando prisioneiras as esposas dele e de seus principais oficiais.

Porém, esse não foi o final da história. Depois de refletir sobre o que fazer, Davi põe-se a caminho para enfrentar seus inimigos, conseguindo derrotá-los numa batalha onde começou ao amanhecer e teve que lutar até o anoitecer. Nesse episódio, Davi teve que tomar algumas atitudes que muito nos ensinam:
1. Trocou a ineficaz lamentação pela sábia reação;
2. Antes de agir, pausou para avaliar o que fazer e suas possibilidades;
3. Lembrou-se da importância de lutar ao lado de outros;
4. Tornou seu problema menor enxergando e até ajudando outras pessoas em pior situação;
5. Começou bem cedo a fazer a parte que lhe era possível;
6. Agradeceu Àquele que lhe deu coragem, direção e oportunidades;
7. E não esqueceu de repartir com outras pessoas o resultado do seu sucesso.

Ao refletir sobre esses ensinamentos, espero que você, assim como aconteceu com Davi, possa ficar completamente reanimado, ganhando forças e energia para continuar buscando seus alvos e conquistando as vitórias durante este ano que se inicia.