"Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agoram escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam." Dt 30.19
Algo que marcou a minha infância foram as festas de natal realizadas na casa de meu avô paterno. De algum modo cresci sonhando em um dia poder desfrutar daqueles momentos no seio de minha própria família. Quando meu primeiro casamento acabou, lembro-me de ter dito: "não deu certo agora, mas não vou desistir de ter uma família."
Neste natal, tive o privilégio de passar em família. Novamente casado, foi um momento para refletir no fato de que aquela alegria havia começado lá atrás, na escolha voluntária que fiz de continuar investindo na família, principal projeto de Deus para este mundo. E, é claro, agradecendo a Ele pelo cuidado e bondade em permitir essa realidade hoje em minha vida.
Portanto, jamais esqueça: a vida é feita de escolhas. Não importa qual a área da sua vida você está projetando o seu futuro: família, relacionamentos, profissão ou seu próprio caráter. Saiba que quando chegar lá, você não terá o direito de reinvidicar aquilo que sonhou se não tiver feito as escolhas devidas. Para isso, peça ajuda do Alto, para que lhe dê sabedoria em fazer hoje as escolhas cujos resultados você espera colher amanhã.
Publicado no jornal O Povo
sábado, 25 de dezembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
A lição do campeão
"Vocês sabem que numa corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio. Portanto, corram de tal maneira que ganhem o prêmio." (1 Co 9.24)
A única preocupação de Sebastian Vettel era fazer sua melhor corrida. Mesmo sabendo que tinha menos chances de ser campeão do que Fernando Alonso e Mark Webber, procurou ser o mais rápido e se manter na ponta. Sem se preocupar com os demais pilotos, seu foco era a vitória no GP dos Emirados Árabes Unidos. E deu certo. Ajudado pelas falhas dos favoritos, o alemão chegou em primeiro, tornando-se o campeão mais jovem da história da Fórmula 1.
O que Vettel fez na pista de Abu Dhabi deveria valer também para o nosso dia-a-dia.
Nas nossas derrotas, é comum culparmos os outros. Mas a verdade é que os maiores obstáculos que impedem as vitórias em nossas vidas encontram-se em nós mesmos. Ausência de objetivos. Inexistência de disciplina. Complacência com os próprios erros. E, claro, a inautenticidade: a falta de coragem para sermos e vivermos o nosso melhor, ocupando nosso espaço singular enquanto aqui estivermos.
Publicado na jornal O Povo
A única preocupação de Sebastian Vettel era fazer sua melhor corrida. Mesmo sabendo que tinha menos chances de ser campeão do que Fernando Alonso e Mark Webber, procurou ser o mais rápido e se manter na ponta. Sem se preocupar com os demais pilotos, seu foco era a vitória no GP dos Emirados Árabes Unidos. E deu certo. Ajudado pelas falhas dos favoritos, o alemão chegou em primeiro, tornando-se o campeão mais jovem da história da Fórmula 1.
O que Vettel fez na pista de Abu Dhabi deveria valer também para o nosso dia-a-dia.
Nas nossas derrotas, é comum culparmos os outros. Mas a verdade é que os maiores obstáculos que impedem as vitórias em nossas vidas encontram-se em nós mesmos. Ausência de objetivos. Inexistência de disciplina. Complacência com os próprios erros. E, claro, a inautenticidade: a falta de coragem para sermos e vivermos o nosso melhor, ocupando nosso espaço singular enquanto aqui estivermos.
Publicado na jornal O Povo
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Antes de tudo, busque sabedoria
"Não vivam como os ignorantes, mas como os sábios" (Efésios, 5.15)
Meu avô paterno foi um homem muito rico. Saiu ainda jovem de Portugual e se estabeleceu em Fortaleza no ramo de panificação. Com trabalho e disciplina, chegou a ser dono de vários empreendimentos nos ramos da indústria e do comércio. A idade avançada o levou a decidir que era hora de se aposentar e repartir a herança com seus doze filhos.
Tive o privilégio de conhecer a generosidade de meu avô. Era comum as festas na casa dele, reunindo toda a família para desfrutar de uma boa e farta comida, além dos tradicionais presentes. Mas naquele coração largo do vovô João também residia uma complacência com seus filhos que, mais tarde, sairia caro para todos.
Ainda em vida, vovô teve que enfrentar a dura realidade de ver os filhos dilapidarem rapidamente um patrimônio construído com tanto esforço e sacrifício. Na sua cândida bondade, ele não se deu conta de que "ter sabedoria é tão bom como receber uma herança; a sabedoria é melhor do que o dinheiro" (Eclesiastes, 7.11, 12).
Meu avô paterno foi um homem muito rico. Saiu ainda jovem de Portugual e se estabeleceu em Fortaleza no ramo de panificação. Com trabalho e disciplina, chegou a ser dono de vários empreendimentos nos ramos da indústria e do comércio. A idade avançada o levou a decidir que era hora de se aposentar e repartir a herança com seus doze filhos.
Tive o privilégio de conhecer a generosidade de meu avô. Era comum as festas na casa dele, reunindo toda a família para desfrutar de uma boa e farta comida, além dos tradicionais presentes. Mas naquele coração largo do vovô João também residia uma complacência com seus filhos que, mais tarde, sairia caro para todos.
Ainda em vida, vovô teve que enfrentar a dura realidade de ver os filhos dilapidarem rapidamente um patrimônio construído com tanto esforço e sacrifício. Na sua cândida bondade, ele não se deu conta de que "ter sabedoria é tão bom como receber uma herança; a sabedoria é melhor do que o dinheiro" (Eclesiastes, 7.11, 12).
terça-feira, 27 de abril de 2010
Matenha uma atitude vitoriosa
"Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo." (2 Co 2.14)
Num mesmo dia, fui convidado para proferir duas palestras. Na primeira, logo pela manhã, tudo concorria para ser um sucesso. Um ambiente super agradável. A logística de excelente qualidade. E uma audiência bastante responsiva. Ao final, os inúmeros cumprimentos me deixaram com a sensação de uma tremenda vitória.
À noite, entretanto, o segundo compromisso foi completamente diferente. O ambiente era excessivamente quente. Gastei um bom tempo montando a logística. Quando comecei a falar, já desgastado, percebi que as pessoas também estavam morrendo de calor. Elas olhavam como se implorassem para aquilo acabar logo. Exausto e sem voz, terminei com um sentimento de fracasso.
É natural nos depararmos com altos e baixos. Afinal, é impossível ter controle de tudo que nos acontece. Mas não podemos deixar nossa vida entregue às circunstâncias. Precisamos manter uma atitude vitoriosa diante daquilo que buscamos. Tendo a consciência de que fizemos o nosso melhor. E tirando de cada experiência algo que nos faça indivíduos melhores.
Publicado no jornal O Povo
Num mesmo dia, fui convidado para proferir duas palestras. Na primeira, logo pela manhã, tudo concorria para ser um sucesso. Um ambiente super agradável. A logística de excelente qualidade. E uma audiência bastante responsiva. Ao final, os inúmeros cumprimentos me deixaram com a sensação de uma tremenda vitória.
À noite, entretanto, o segundo compromisso foi completamente diferente. O ambiente era excessivamente quente. Gastei um bom tempo montando a logística. Quando comecei a falar, já desgastado, percebi que as pessoas também estavam morrendo de calor. Elas olhavam como se implorassem para aquilo acabar logo. Exausto e sem voz, terminei com um sentimento de fracasso.
É natural nos depararmos com altos e baixos. Afinal, é impossível ter controle de tudo que nos acontece. Mas não podemos deixar nossa vida entregue às circunstâncias. Precisamos manter uma atitude vitoriosa diante daquilo que buscamos. Tendo a consciência de que fizemos o nosso melhor. E tirando de cada experiência algo que nos faça indivíduos melhores.
Publicado no jornal O Povo
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Faça o que deve ser feito
"Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador."
(Lc 19.7)
Algo muito comum de se ver é atestado médico fornecido sem o exame do paciente. Por conveniência ou algum outro motivo, muita gente chega a constranger os profissionais de saúde para que forneçam esse tipo de documento. Os médicos, por sua vez, tentando ajudar ou buscando uma forma de resolver rapidamente o problema, normalmente fornecem esses atestados.
Minha esposa sempre rejeitou essa prática. Recentemente, isso fez uma enorme diferença na vida de um adolescente. Chegando sozinho, um pai solicitou a ela um atestado "para que o filho pudesse praticar educação física". Sabendo que de outra forma ficaria sem o atestado, o pai teve quer ir em casa buscar o garoto. Depois do exame, incluindo até um raio-X, o jovem foi hospitalizado: estava com uma forte pneumonia que lhe trazia até risco de morte.
Quase sempre atribuímos nossos pensamentos e ações a nós mesmos. Mas a verdade é que muito do que pensamos e fazemos tem origem a partir do que a maioria das outras pessoas dizem e praticam. Há um conforto em confiarmos na "sabedoria" da multidão, que nem sempre é tão sábia assim. Por isso é preciso que tenhamos coragem para fazer o que deve ser feito, mesmo tendo que ser diferentes e eventualmente pagarmos o preço de desagradar a muitos.
(Lc 19.7)
Algo muito comum de se ver é atestado médico fornecido sem o exame do paciente. Por conveniência ou algum outro motivo, muita gente chega a constranger os profissionais de saúde para que forneçam esse tipo de documento. Os médicos, por sua vez, tentando ajudar ou buscando uma forma de resolver rapidamente o problema, normalmente fornecem esses atestados.
Minha esposa sempre rejeitou essa prática. Recentemente, isso fez uma enorme diferença na vida de um adolescente. Chegando sozinho, um pai solicitou a ela um atestado "para que o filho pudesse praticar educação física". Sabendo que de outra forma ficaria sem o atestado, o pai teve quer ir em casa buscar o garoto. Depois do exame, incluindo até um raio-X, o jovem foi hospitalizado: estava com uma forte pneumonia que lhe trazia até risco de morte.
Quase sempre atribuímos nossos pensamentos e ações a nós mesmos. Mas a verdade é que muito do que pensamos e fazemos tem origem a partir do que a maioria das outras pessoas dizem e praticam. Há um conforto em confiarmos na "sabedoria" da multidão, que nem sempre é tão sábia assim. Por isso é preciso que tenhamos coragem para fazer o que deve ser feito, mesmo tendo que ser diferentes e eventualmente pagarmos o preço de desagradar a muitos.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Nunca desista dos seus filhos
"Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes seguro, que farás na floresta do Jordão ?"
(Jr 12.5)
Minha caçula veio se queixar de dificuldades na escola. Estava convencida de que o nível elevado da turma era a explicação para algumas notas baixas que vinha tirando. Como solução, sugeriu que fosse para outra sala, onde esperava que o ensino fosse bem mais leve. Depois de conversarmos com outros pais e ouvirmos a coordenação do colégio, mostramos a ela que o melhor seria mantê-la na mesma classe.
Nesse episódio, lembrei-me de uma das muitas lamentações que Jeremias, conhecido como "o profeta chorão", tinha feito para Deus. Como um bom Pai, Ele ouviu pacientemente. Porém, não se mostrou condescendente com os sentimentos de autocomiseração do filho. Ao contrário, mudou completamente o foco de Jeremias, ensinando valiosas lições a todo pai e mãe que luta em não desistir de seus filhos.
Deus ouve atento e responde às nossas angústias. Mas Ele não consentirá com o natural desejo humano de ver nosso ego inflado. Seu alvo é sempre o crescimento do caráter de seus filhos. Para isso, de acordo com potencial de cada um, Ele oferece níveis cada mais elevados de desafios. E, nesse processo, nos adverte sobre os riscos de confiarmos demasiadamente em nossas convicções.
Publicado no jornal O Povo
(Jr 12.5)
Minha caçula veio se queixar de dificuldades na escola. Estava convencida de que o nível elevado da turma era a explicação para algumas notas baixas que vinha tirando. Como solução, sugeriu que fosse para outra sala, onde esperava que o ensino fosse bem mais leve. Depois de conversarmos com outros pais e ouvirmos a coordenação do colégio, mostramos a ela que o melhor seria mantê-la na mesma classe.
Nesse episódio, lembrei-me de uma das muitas lamentações que Jeremias, conhecido como "o profeta chorão", tinha feito para Deus. Como um bom Pai, Ele ouviu pacientemente. Porém, não se mostrou condescendente com os sentimentos de autocomiseração do filho. Ao contrário, mudou completamente o foco de Jeremias, ensinando valiosas lições a todo pai e mãe que luta em não desistir de seus filhos.
Deus ouve atento e responde às nossas angústias. Mas Ele não consentirá com o natural desejo humano de ver nosso ego inflado. Seu alvo é sempre o crescimento do caráter de seus filhos. Para isso, de acordo com potencial de cada um, Ele oferece níveis cada mais elevados de desafios. E, nesse processo, nos adverte sobre os riscos de confiarmos demasiadamente em nossas convicções.
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quarta-feira, 31 de março de 2010
O desafio de crer no Jesus Ressuscitado
Tenho o privlégio e a alegria de ainda ter mãe e poder estar com ela semanalmente. Um dia desses, fui entrando na casa dela e fiz um comentário sobre um Cristo crucificado que existia na parede: "Mãe, Cristo não está mais pregado na cruz. Ele está vivo". De vez em quando, principalmente na época da Páscoa, ela me lembra o quanto essa frase foi importante para a formação espiritual dela.
De fato, o próprio apóstolo Paulo, responsável pela divulgação mais ampla do Evangelho em seus primeiros anos, além de autor de treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento, nos advertiu de maneira veemente que a crença no Jesus Ressuscitado é o âmago da fé cristã: "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé (1 Co 15.14).
Paradoxalmente, crer no Jesus Ressuscitado não é tarefa fácil para uma fé cristã sincera. Talvez seja por isso que o Evangelho de Marcos, para muitos considerado o texto fundamenal para a espritualidade cristã, termine com a reação de perplexidade das primeiras mulheres que testemunharam o túmulo aberto e vazio: "Então, elas saíram e fugiram do túmulo, apavoradas e tremendo. E não contaram nada a ninguém porque estavam com muito medo" (Mc 16.8).
De fato, o próprio apóstolo Paulo, responsável pela divulgação mais ampla do Evangelho em seus primeiros anos, além de autor de treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento, nos advertiu de maneira veemente que a crença no Jesus Ressuscitado é o âmago da fé cristã: "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé (1 Co 15.14).
Paradoxalmente, crer no Jesus Ressuscitado não é tarefa fácil para uma fé cristã sincera. Talvez seja por isso que o Evangelho de Marcos, para muitos considerado o texto fundamenal para a espritualidade cristã, termine com a reação de perplexidade das primeiras mulheres que testemunharam o túmulo aberto e vazio: "Então, elas saíram e fugiram do túmulo, apavoradas e tremendo. E não contaram nada a ninguém porque estavam com muito medo" (Mc 16.8).
sábado, 13 de março de 2010
Vivendo como eterno aprendiz
"Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo." (2 Co 5.10)
Ingressei no mercado de trabalho como estagiário. Ainda adolescente, conheci o que era ocupação em três turnos. Pela manhã, disciplinas profissionalizantes. Trabalho prático no período da tarde. E, à noite, dava continuidade à minha formação escolar. Quando o desânimo chegava eu me lembrava: isso vai passar e logo estarei numa situação bem melhor.
Ao final do estágio, aconteceu algo inesperado. Decidiram que seríamos transferidos, ficando longe das nossas famílias. A lista de localidades era diversificada. Algumas tinham até universidade. Outras não dispunham sequer de hotel. E, além de tudo, mais um detalhe: o critério de escolha do novo local de trabalho seria o desempenho durante a fase de aprendiz. Felizmente, eu tinha me dedicado bastante e pude escolher uma excelente cidade.
Passados mais de trinta anos, constato que, diante da vida, continuo precisando dessa atitude de eterno aprendiz. Tendo a consciência de que nossa existência terrena é transitória. Mas enquanto aqui estivermos, procurarmos oferecer nosso melhor. Diante das dificuldades, mantendo a clareza e o ânimo com a chama da esperança. Não pertimitindo que as coisas passageiras nos tirem o foco das eternas. E na certeza de que um dia todos prestaremos contas.
Publicado no jornal O Povo
Ingressei no mercado de trabalho como estagiário. Ainda adolescente, conheci o que era ocupação em três turnos. Pela manhã, disciplinas profissionalizantes. Trabalho prático no período da tarde. E, à noite, dava continuidade à minha formação escolar. Quando o desânimo chegava eu me lembrava: isso vai passar e logo estarei numa situação bem melhor.
Ao final do estágio, aconteceu algo inesperado. Decidiram que seríamos transferidos, ficando longe das nossas famílias. A lista de localidades era diversificada. Algumas tinham até universidade. Outras não dispunham sequer de hotel. E, além de tudo, mais um detalhe: o critério de escolha do novo local de trabalho seria o desempenho durante a fase de aprendiz. Felizmente, eu tinha me dedicado bastante e pude escolher uma excelente cidade.
Passados mais de trinta anos, constato que, diante da vida, continuo precisando dessa atitude de eterno aprendiz. Tendo a consciência de que nossa existência terrena é transitória. Mas enquanto aqui estivermos, procurarmos oferecer nosso melhor. Diante das dificuldades, mantendo a clareza e o ânimo com a chama da esperança. Não pertimitindo que as coisas passageiras nos tirem o foco das eternas. E na certeza de que um dia todos prestaremos contas.
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domingo, 21 de fevereiro de 2010
Sacrifício ainda é o melhor caminho
"Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me." (Mc 8.34)
Sou grato a Deus pela oportunidade de poder oferecer educação aos meus filhos. Afinal de contas, estudo é uma condição básica para se conquistar uma vida digna na sociedade do conhecimento. Felizmente, cada um do seu jeito, todos têm procurado fazer sua parte e aproveitar esse enorme privilégio num País de tantas carências sociais.
Não me lembro, contudo, de ter insistido uma vez sequer para que meu primogênito realizasse suas tarefas escolares. Justiça seja feita, Filipe foi sempre um aluno muito responsável. É evidente que precisou pagar o preço por isso, incluindo o custo de ser tachado de nerd pelos colegas. Mas a recompensa veio naturalmente: passou no primeiro concurso público que fez, logo após concluir um curso superior.
Nos dias atuais, soa muito mal recomendar qualquer tipo de sacrifício. Vivemos no mundo do fast-food: tudo tem que ser imediato e do jeito que as pessoas desejam. Mas o fato concreto é que a renúncia voluntária do que hoje é importante, a fim de se conquistar algo melhor no futuro, ainda é o caminho mais sensato para a realização dos nossos sonhos. Meu querido Filipe que o diga.
Publicado no jornal O Povo
Sou grato a Deus pela oportunidade de poder oferecer educação aos meus filhos. Afinal de contas, estudo é uma condição básica para se conquistar uma vida digna na sociedade do conhecimento. Felizmente, cada um do seu jeito, todos têm procurado fazer sua parte e aproveitar esse enorme privilégio num País de tantas carências sociais.
Não me lembro, contudo, de ter insistido uma vez sequer para que meu primogênito realizasse suas tarefas escolares. Justiça seja feita, Filipe foi sempre um aluno muito responsável. É evidente que precisou pagar o preço por isso, incluindo o custo de ser tachado de nerd pelos colegas. Mas a recompensa veio naturalmente: passou no primeiro concurso público que fez, logo após concluir um curso superior.
Nos dias atuais, soa muito mal recomendar qualquer tipo de sacrifício. Vivemos no mundo do fast-food: tudo tem que ser imediato e do jeito que as pessoas desejam. Mas o fato concreto é que a renúncia voluntária do que hoje é importante, a fim de se conquistar algo melhor no futuro, ainda é o caminho mais sensato para a realização dos nossos sonhos. Meu querido Filipe que o diga.
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
O verdadeiro sentido da vida
"No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás." (Gn 3:19)
Ryan Bingham (George Clooney) é pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas em crise. Desapegado de tudo e de todos, ele passa a maior parte do tempo entre aeroportos, hotéis e carros alugados. É membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir seu maior objetivo: 10 milhões de milhas voadas.
Ryan tem uma casa em que passa apenas alguns dias por ano; duas irmãs que mal vê; relacionamentos esporádicos que considera reais. Mas sua vida profissional dá uma reviravolta e seu chefe ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa. É quando ele se envolve com Alex (Vera Farmiga) e, pela primeira vez, vê a perspectiva de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar.
Os personagens são do filme "Amor sem escalas", mas certamente você já viu histórias reais muito parecidas com esse roteiro. Pessoas com vidas que giram somente em torno da profissão. Cedo ou tarde cai a nossa ficha. Esse é um lado, sim, importante e necessário. Mas nunca um fim em si mesmo. Tudo que fazemos, incluindo o trabalho, deve ser dirigido pelo verdadeiro sentido da nossa existência: relacionamentos que construimos e desfrutamos ao lado de Deus, da família e dos amigos.
Publicado no jornal O Povo
Ryan Bingham (George Clooney) é pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas em crise. Desapegado de tudo e de todos, ele passa a maior parte do tempo entre aeroportos, hotéis e carros alugados. É membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir seu maior objetivo: 10 milhões de milhas voadas.
Ryan tem uma casa em que passa apenas alguns dias por ano; duas irmãs que mal vê; relacionamentos esporádicos que considera reais. Mas sua vida profissional dá uma reviravolta e seu chefe ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa. É quando ele se envolve com Alex (Vera Farmiga) e, pela primeira vez, vê a perspectiva de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar.
Os personagens são do filme "Amor sem escalas", mas certamente você já viu histórias reais muito parecidas com esse roteiro. Pessoas com vidas que giram somente em torno da profissão. Cedo ou tarde cai a nossa ficha. Esse é um lado, sim, importante e necessário. Mas nunca um fim em si mesmo. Tudo que fazemos, incluindo o trabalho, deve ser dirigido pelo verdadeiro sentido da nossa existência: relacionamentos que construimos e desfrutamos ao lado de Deus, da família e dos amigos.
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domingo, 7 de fevereiro de 2010
O valor da autenticidade
"Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros." (Am 7.14)
A corrente necolássica de economistas tinha uma visão idealizada da empresa como um agente muito bem definido e sem grandes diferenças, caracterizado apenas por suas decisões de produção - o que, como, quanto e para quem produzir - essencialmente governadas pelo objetivo de maximização dos lucros.
A grande contribuição de Edith Penrose (1914-1996) foi romper com o conceito neoclássico de indústria como um conjunto de empresas homogêneas. Para a economista americana, não há duas empresas iguais, já que os conhecimento que as organizações possuem e, em consequência, os resultados por elas alcançados, são absolutamente distintos.
Se a evolução do pensamento econômico chegou à conclusão do valor da singularidade das empresas, deveríamos fazer o mesmo em relação à nossa individualidade. Por isso, não deixe que os rótulos ou padronizações lhe roubem o que você tem de mais precioso: a autencidade que se encontra nas suas raízes, em sua história de vida e nos dons e talentos que lhe são únicos.
Publicado no jornal O Povo
A corrente necolássica de economistas tinha uma visão idealizada da empresa como um agente muito bem definido e sem grandes diferenças, caracterizado apenas por suas decisões de produção - o que, como, quanto e para quem produzir - essencialmente governadas pelo objetivo de maximização dos lucros.
A grande contribuição de Edith Penrose (1914-1996) foi romper com o conceito neoclássico de indústria como um conjunto de empresas homogêneas. Para a economista americana, não há duas empresas iguais, já que os conhecimento que as organizações possuem e, em consequência, os resultados por elas alcançados, são absolutamente distintos.
Se a evolução do pensamento econômico chegou à conclusão do valor da singularidade das empresas, deveríamos fazer o mesmo em relação à nossa individualidade. Por isso, não deixe que os rótulos ou padronizações lhe roubem o que você tem de mais precioso: a autencidade que se encontra nas suas raízes, em sua história de vida e nos dons e talentos que lhe são únicos.
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Definindo prioridades
"E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra." (Gn 1.28)
Na primeira faculdade que frequentei, era comum ausentar-me das aulas. Sempre aparecia alguém sugerindo algo mais interessante para fazer. Confesso que foram poucas as vezes que consegui resistir aos insistentes convites. O resultado dessa atitude, bastante previsível, é claro, foi que levei mais do que o dobro do tempo necessário para terminar o curso.
Nunca teremos certeza do sucesso em nossos planos ou projetos. Mas quando colocamos o nosso melhor naquilo que fazemos, além do senso do dever cumprido, aumentamos as chances de êxito. Para isso, há dois ingredientes que são essenciais: prioridades e foco. Quando unimos essas duas coisas, adquirimos o potencial para alcançar grandes conquistas.
É curioso saber que logo depois que fez o homem e a mulher, o Criador definiu claramente quais seriam as prioridades para aquele primeiro casal: investir na família e buscar excelência em tudo que fizessem. É bem verdade que o ano está começando e talvez tenhamos muita coisa para fazer pela frente. Mas aí estão duas prioridades que deveríamos considerar seriamente em 2010.
Na primeira faculdade que frequentei, era comum ausentar-me das aulas. Sempre aparecia alguém sugerindo algo mais interessante para fazer. Confesso que foram poucas as vezes que consegui resistir aos insistentes convites. O resultado dessa atitude, bastante previsível, é claro, foi que levei mais do que o dobro do tempo necessário para terminar o curso.
Nunca teremos certeza do sucesso em nossos planos ou projetos. Mas quando colocamos o nosso melhor naquilo que fazemos, além do senso do dever cumprido, aumentamos as chances de êxito. Para isso, há dois ingredientes que são essenciais: prioridades e foco. Quando unimos essas duas coisas, adquirimos o potencial para alcançar grandes conquistas.
É curioso saber que logo depois que fez o homem e a mulher, o Criador definiu claramente quais seriam as prioridades para aquele primeiro casal: investir na família e buscar excelência em tudo que fizessem. É bem verdade que o ano está começando e talvez tenhamos muita coisa para fazer pela frente. Mas aí estão duas prioridades que deveríamos considerar seriamente em 2010.
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